(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LIBRAS

Ana Maria Braga erra ao falar sobre 'linguagem de sinais'

Entenda a diferença entre linguagem de sinais e a Língua Brasileira de Sinais, um idioma oficial do Brasil


04/02/2022 09:00 - atualizado 04/02/2022 13:27

Ana Maria Braga apresentando o programa Mais Você, na Rede Globo
Ana Maria Braga se refere à Libras como "linguagem de sinais" (foto: Reprodução: Globo)


 Ao comentar sobre o discurso feito por Tadeu Schmidt  no BBB22 para anunciar a saída de Rodrigo, Ana Maria Braga se referiu à mensagem direcionada à Jessilane como “linguagem de sinais”, quando o correto é Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Incluir um trecho em Libras no discurso de eliminação do BBB foi um ato histórico no reality e trouxe visibilidade para essa língua ainda pouco falado no Brasil. “Eu achei muito importante ele ter feito aquele ato, porque deu visibilidade às libras e à comunidade surda que é tão esquecida. E o melhor ainda é que a comunidade surda, não oralizada, ficou sabendo primeiro do resultado do paredão do que as outras pessoas que são ouvintes, isso nunca aconteceu no Big Brother”, afirma Ivan Baron, influenciador da inclusão.

O equívoco cometido por Ana Maria pode parecer pequeno, mas o que ela disse tem significados completamente diferentes. Enquanto a expressão linguagem de sinais se refere a gestos feitos entre as pessoas, sem regras específicas, para exprimir uma mensagem, como por exemplo, uma piscada de olho que pode ser interpretada como um flerte, a Libra é uma língua oficial desde 2002, assim como o português, o inglês ou o espanhol, e é definida por um conjunto de regras, para que haja a compreensão entre as partes.



“Libas é o segundo idioma oficial do brasileiro e ela é muito bem elaborada, ela não pode ser banalizada. Quando a gente fala em linguagem de sinais é como se ela fosse traduzida a mimica, a movimentos aleatórios e ta tudo bem, mas não”, afirma Ivan. “Eu considero isso uma espécie de capacitismo”.

Ivan ainda ressalta que é importante usar o nome correto ao ser divulgado, uma vez que ganhar visibilidade com o nome errado não seria um avanço, e sim um retrocesso. “Se for pesquisar o número de matrículas em cursos de inglês é maior do que o numero de matrículas em cursos de libras, então a galera prefere estudar um idioma de outro país do que saber do próprio país, e eu vejo isso muito pela falta de inclusão, pela falta de empatia com as pessoas que se comunicam por libras”, aponta.

O influencer ainda ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, cada país tem seu próprio idioma por sinais, com suas próprias regras sistematizadas, pois passa por uma construção social e cultural. Inclusive dentro do próprio Brasil alguns gestos podem ser regionais, como as gírias na língua oral, que mudam de estado para estado.

INFLUENCER DA INCLUSÃO


Ivan Bason, usando camisa preta, óculos de grau e cabelo azul, em um fundo rosa
Ivan Baron se considera um influenciador da inclusão (foto: Divulgação)


 Ivan se dedica desde 2018 a criar conteúdo focado na vivência de pessoas com deficiência, sobre inclusão e a luta capacitista, uma vez que não havia muitos canais que se dedicavam ao assunto, e ele não se via representado nos espaços. “Tem pessoas com deficiência pretas, mulheres, LGBTQIA... eu parei pra pensar ‘poxa ninguém fala sobre a violência que eu sofro enquanto uma pessoa com deficiência e eu decidi, se ninguém fala, eu vou falar”, conta.

De forma a corrigir os erros que pessoas cometem na mídia, Ivan convida os seguidores e a própria pessoa que comentou o erro a refletir sobre o assunto. Entre as pessoas que o influencer já corrigiu em seus vídeos temos a Juliette, a Xuxa e o Marcos Mion. Seu objetivo é ensinar e dar visibilidade para a causa, sem propagar a cultura do cancelamento por conta de um erro.
 
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)