Ao comentar sobre o discurso feito por Tadeu Schmidt no BBB22 para anunciar a saída de Rodrigo, Ana Maria Braga se referiu à mensagem direcionada à Jessilane como “linguagem de sinais”, quando o correto é Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O equívoco cometido por Ana Maria pode parecer pequeno, mas o que ela disse tem significados completamente diferentes. Enquanto a expressão linguagem de sinais se refere a gestos feitos entre as pessoas, sem regras específicas, para exprimir uma mensagem, como por exemplo, uma piscada de olho que pode ser interpretada como um flerte, a Libra é uma língua oficial desde 2002, assim como o português, o inglês ou o espanhol, e é definida por um conjunto de regras, para que haja a compreensão entre as partes.
“Libas é o segundo idioma oficial do brasileiro e ela é muito bem elaborada, ela não pode ser banalizada. Quando a gente fala em linguagem de sinais é como se ela fosse traduzida a mimica, a movimentos aleatórios e ta tudo bem, mas não”, afirma Ivan. “Eu considero isso uma espécie de capacitismo”.
Ivan ainda ressalta que é importante usar o nome correto ao ser divulgado, uma vez que ganhar visibilidade com o nome errado não seria um avanço, e sim um retrocesso. “Se for pesquisar o número de matrículas em cursos de inglês é maior do que o numero de matrículas em cursos de libras, então a galera prefere estudar um idioma de outro país do que saber do próprio país, e eu vejo isso muito pela falta de inclusão, pela falta de empatia com as pessoas que se comunicam por libras”, aponta.
O influencer ainda ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, cada país tem seu próprio idioma por sinais, com suas próprias regras sistematizadas, pois passa por uma construção social e cultural. Inclusive dentro do próprio Brasil alguns gestos podem ser regionais, como as gírias na língua oral, que mudam de estado para estado.
INFLUENCER DA INCLUSÃO
Ivan se dedica desde 2018 a criar conteúdo focado na vivência de pessoas com deficiência, sobre inclusão e a luta capacitista, uma vez que não havia muitos canais que se dedicavam ao assunto, e ele não se via representado nos espaços. “Tem pessoas com deficiência pretas, mulheres, LGBTQIA... eu parei pra pensar ‘poxa ninguém fala sobre a violência que eu sofro enquanto uma pessoa com deficiência e eu decidi, se ninguém fala, eu vou falar”, conta.
De forma a corrigir os erros que pessoas cometem na mídia, Ivan convida os seguidores e a própria pessoa que comentou o erro a refletir sobre o assunto. Entre as pessoas que o influencer já corrigiu em seus vídeos temos a Juliette, a Xuxa e o Marcos Mion. Seu objetivo é ensinar e dar visibilidade para a causa, sem propagar a cultura do cancelamento por conta de um erro.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz