Jornal Estado de Minas

POLÊMICA

Sergio Camargo acusa academia de ser racista contra as pessoas brancas



Uma peça publicitária, divulgada em novembro de 2021 como parte de uma campanha do Dia da Consciência Negra, pela rede de academias Bodytech, , voltou a ganhar visibilidade quando foi resgatada pelo presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, na segunda-feira (7/2). O gestor acusou a postagem de ser racista. A peça trazia os dizeres: "todas as pessoas brancas reproduzem o racismo."




 


No Twitter, Sergio Camargo escreveu: “não existe povo preto. Só existe o povo brasileiro” e “o racismo preto é uma realidade só não vê quem não quer”. Camaro ainda usou a hashtag #bodytechracista. A afirmação de Camargo aponta para o que seria o “racismo reverso”, termo criticado por estudiosos e ativistas do movimento negro. 
 
O movimento negro defende o argumento de que o racismo é estrutural no Brasil, prejudicando pessoas negras em várias esferas da vida. O racismo se manifesta desde o preconceito contra a cor da pele e contra os cabelos crespos, ao preconceito que impede o acesso a cargos de chefia em empresas e faz de negros a maioria de pessoas mortas pela polícia, por exemplo. Desse modo, o racismo vai além do preconceito pela cor. 
 
A publicação em questão foi retirada do ar pela Bodytech, que publicou uma nota de esclarecimento nesta terça-feira (8/2), explicando que a imagem fazia parte de uma série de postagens que defendia que “a luta antirracista é de todo mundo.” A nota pontua que a peça publicitária foi retirada de contexto.
 
“É lamentável que, após dois meses do post original, tenha sido criada uma interpretação errada sobre os valores da empresa, distorcendo a mensagem. E tenha colocado em dúvida o posicionamento correto da companhia, seus acionistas, administradores e funcionários”, diz a nota. 
 
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz