Uma peça publicitária, divulgada em novembro de 2021 como parte de uma campanha do Dia da Consciência Negra, pela rede de academias Bodytech, , voltou a ganhar visibilidade quando foi resgatada pelo presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, na segunda-feira (7/2). O gestor acusou a postagem de ser racista. A peça trazia os dizeres: "todas as pessoas brancas reproduzem o racismo."
A Fundação Cultural Palmares repudia e lamenta profundamente a campanha racista que está circulando nas redes sociais, a qual visa dividir os brasileiros e fomentar o ódio racial. Racismo é racismo, não importa a cor de quem está incentivando essa prática abominável. pic.twitter.com/vWU6v1UKSV
%u2014 Fundação Cultural Palmares (@PalmaresGovBr) February 7, 2022
No Twitter, Sergio Camargo escreveu: “não existe povo preto. Só existe o povo brasileiro” e “o racismo preto é uma realidade só não vê quem não quer”. Camaro ainda usou a hashtag #bodytechracista. A afirmação de Camargo aponta para o que seria o “racismo reverso”, termo criticado por estudiosos e ativistas do movimento negro.
O movimento negro defende o argumento de que o racismo é estrutural no Brasil, prejudicando pessoas negras em várias esferas da vida. O racismo se manifesta desde o preconceito contra a cor da pele e contra os cabelos crespos, ao preconceito que impede o acesso a cargos de chefia em empresas e faz de negros a maioria de pessoas mortas pela polícia, por exemplo. Desse modo, o racismo vai além do preconceito pela cor.
A publicação em questão foi retirada do ar pela Bodytech, que publicou uma nota de esclarecimento nesta terça-feira (8/2), explicando que a imagem fazia parte de uma série de postagens que defendia que “a luta antirracista é de todo mundo.” A nota pontua que a peça publicitária foi retirada de contexto.
“É lamentável que, após dois meses do post original, tenha sido criada uma interpretação errada sobre os valores da empresa, distorcendo a mensagem. E tenha colocado em dúvida o posicionamento correto da companhia, seus acionistas, administradores e funcionários”, diz a nota.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz