A NeoAssist, empresa de tecnologia especialista em atendimento ao cliente, implantou uma iniciativa inovadora em suas políticas internas para promover a igualdade religiosa e de gênero, com a concessão de dias a serem usados de acordo com a religião do funcionário e a equiparação da licença paternidade com a licença maternidade.
A promoção da igualdade religiosa prevê que os funcionários terão sete dias no ano disponíveis para datas comemorativas das respectivas religiões, podendo ser usados de acordo com cada funcionário individualmente. “Nosso principal objetivo é a pessoa tirar o dia para se dedicar à religião que ela segue, a alguma data especial ou comemorativa, que faça sentido dentro da expressão da espiritualidade dela”, explica Verônica.
A iniciativa respeita também os momentos de oração ao longo do dia que algumas religiões estabelecem, como a muçulmana, e seus códigos de vestuários, quando existem. Além disso em eventos dentro da NeoAssist, há a preocupação com a variação do cardápio, uma vez que algumas religiões proíbem o consumo de alguns alimentos.
Apesar de o Brasil ser um Estado laico, a base social brasileira é católica, sendo os feriados religiosos referenciados em dias santos cristãos. Há também intolerância religiosa contra religiões de matriz africana e outras religiões não-cristãs, sendo um cenário desfavorável para a manifestação dessas religiões. Nesse sentido, a empresa pretende criar um ambiente onde todos se sintam confortáveis de serem e expressarem livremente quem são, contribuindo, mesmo de forma pontual, para o fim da discriminação religiosa.
Já a iniciativa de igualdade de gênero promove a equiparação das licenças maternidade e paternidade, que passam a ser tratadas como licença parental ou licença parental adotante. Hoje no Brasil, a diferença entre as licenças é gritante, sendo concedido cinco dias para os pais, podendo ser prorrogado para 20 caso seja uma empresa cadastrada no programa Empresa Cidadã, e de quatro meses para as mães, podendo ser prorrogado para seis meses.
A NeoAssist equipara os períodos de licença em seis meses, independentemente do gênero. Segundo Verônica a licença paternidade é muito limitada e contribui diretamente em funções da casa e da criação dos filhos recaírem sobre a mulher, perpetuando uma visão machista dos papéis sociais do homem e da mulher.
Casais formados por pessoas com a mesma identidade de gênero têm direito à licença. Mas em um formato heteronormativo de relacionamento, são colocados em uma posição de decidirem quem terá a licença maternidade e a licença paternidade. “Isso é colocar pessoas que não estão em um relacionamento heteronormativo dentro da caixinha de ‘você vai ser a “mãe” e você vai ser o “pai”’, então pensar essa política foi olhar para essa questão e diferentes formatos de família e assegurar que o relacionamento é válido”, afirma Verônica.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz