A Avenida Adhemar Barros, nome dado em referência ao político e médio paulista e endereço do principal campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA), será renomeada para Avenida Milton Santos, em homenagem ao geografo baiano, um dos acadêmicos de maior relevância no Brasil. Milton é dos nomes celebrados pelo movimento negro, e a homenagem permite que um número maior de pessoas conheça a trajetória desse intelectual negro.
Leia Mais
Carnaval elitista: festas privadas segregam e evidenciam racismo estruturalEmpresa cria iniciativa de igualdade religiosa e de gênero'Kiev não é Iraque ou Afeganistão': racismo e xenofobia na guerra da RússiaPobres deixados para trás: a desigualdade na guerra Rússia x UcrâniaNova lei aumenta multa para quem maltratar animais em BHO projeto é de autoria do vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) e a renomeação da avenida, que está com obras em andamento, será feita na inauguração da segunda etapa da requalificação da via.
Vida e obra de Milton Santos
Filho de professores, Milton Santos nasceu dia 3 de maio de 1926, na cidade baiana de Brotas de Macaúbas. Formou-se em direito na Universidade Federal da Bahia, mas ficou mais conhecido com seus estudos sobre geopolítica e sobre os impactos da urbanização em países subdesenvolvidos, tendo feito doutorado em Geografia na Universidade de Strasbourg, em 1958.
Em virtude de seu trabalho, que era extremamente crítico, foi preso e exilado em 1964 devido à Ditadura Militar. Lecionou na França, Canadá, Venezuela, Tanzânia, e nos Estados Unidos, onde também foi convidado como pesquisador pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Boston.
Em 1977 retorna ao Brasil e se torna professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1979 a 1983. Já na Universidade de São Paulo, atuou como professor titular de geografia humana entre 1983 e 1997, quando se aposentou e recebeu o título de Professor Emérito da USP. Em 1994, recebeu o Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, considerado o Nobel da geografia.
Como escritor, teve importantes obras publicadas em diversos países, como “Por uma Geografia Nova - da crítica da geografia a uma geografia crítica”, em 1978, “A urbanização brasileira”, em 1993, e “Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal”, em 2000. Milton Santos morreu em 2001, por consequência de um câncer de próstata, aos 75 anos.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz