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Estado de Minas AMEAÇAS

Deputada relata ameaças de homens armados durante visita a quilombos

A deputada Andréia de Jesus fiscalizava cumprimento de decisão do STF que garantia a permanência dos quilombolas enquanto ação que discute a posse tramita


07/03/2022 14:02 - atualizado 07/03/2022 18:06

Deputada Andréia de Jesus em meio a moradores das comunidades quilombolas
A comunidade prestou solidariedade à deputada Andréia de Jesus (foto: Jhulia Santos/Divulgação)

A deputada estadual Andréia de Jesus (Psol) afirma ter sofrido ameaças, em Januária, no Norte de Minas, quando estava em visita oficial pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerias a três comunidades quilombolas: Sangradouro, Croatá e Gameleira. 
 
A deputada chegou às comunidades por volta das 9h desta segunda-feira (7/3). Ela estava no local para fiscalizar o cumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 4 de março de 2022, que garantiu a permanência de quilombolas nas respectivas comunidades, enquanto uma ação que questiona a posse está em julgamento.  
 
A deputada foi abordada por dois homens, quando tentava chegar de barco às comunidades. Devido às chuvas dos últimos dias, há alagamento em algumas partes, que faz com que seja necessário o uso de barcos.  Conforme a deputada relata foi, nesse momento, que ela foi abordada por um homem que não se ide identificou e a inqueriu sobre os motivos de ela estar ali. Ela explicou que era deputada e que estava em visita oficial pela Comissão de Direitos Humanos.
 
"Explicamos quem éramos e entramos. Depois, ele chamou um segundo homem que já veio armado. Cobrei deles que se identificasse. É um direito constitucional, o parlamentar pedir a identificação do cidadão. Ele se negou a se identificar e começou a xingar e a gritar, desqualificando  meu trabalho", relata a deputada. Além disse, o homem começou a mostrar a arma na cintura.
 
“A primeira coisa que ele fez depois da abordagem foi buscar uma arma e colocar na cintura. Começou a se identificar que é policial inativo, aposentado. Informação que ainda não se confirmou.” 

A deputada chamou a Polícia Militar para registrar o boletim de ocorrência por desobediência e desacato e por ação que dificultava a atividade de fiscalização. A polícia chegou, mas a deputado teve dificuldade de fazer o boletim de ocorrência. "Verificamos a resistência do próprio comando de fazer o boletim.”
 
Por meio de nota, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclareceu que, conforme solicitado pela parlamentar, foi confeccionado Boletim de Ocorrência nos termos da legislação vigente.
 

Dificuldade para registrar o boletim 

 
Além das ameaças que a deputada denunciou, ela afirma ter tido dificuldade para fazer o registro do boletim de ocorrência.  Enquanto tentava apresentar o ocorrido aos policiais que foram ao local, tudo estava sendo transmitido ao vivo, a deputada pontuou que os homens acusados de agressão não estavam sendo devidamente conduzidos à delegacia dada a gravidade do fato. 

Andréia pontua que os policiais estavam dando tratamento equivalente a uma deputada estadual em missão oficial e homens que foram acusados de ameaçá-la. Por várias vezes, a deputada afirmou que estava em missão oficial, mas ainda assim se sentiu desamparada. Ela também questiona o fato de um dos homens que a ameçou ter se apresentado como policial, ponto que precisa ser investigado.
 
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Minas Gerais, que até o momento não retornou. 


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