Jornal Estado de Minas

MERCADO DE TRABALHO

Mulheres podem elevar o faturamento de empresas



Com a evolução do mercado empresarial, a tendência mundial de se valorizar as chamadas soft skills, que são habilidades relacionadas ao comportamento e ao desenvolvimento pessoal, tem se mostrado cada vez mais forte. E nesse quesito, as mulheres se destacam e fazem a diferença no faturamento das empresas. 



Segundo David Braga, headhunter da Prime Talent Executive Search e conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Minas Gerais (ABRH-MG), ao contrário dos homens que são mais pragmáticos, as mulheres tendem a ter mais sensibilidade, sensatez e assertividade, o que auxilia na gestão de conflitos. Também costumam ter mais facilidade em trabalhar em equipe e mais competência de negociação. 

Tão importante quanto a formação é o autoconhecimento, ou seja a identificar pontos fracos e fortes, competências e investir na comunicação. “De nada vale um MBa de Harvard, por exemplo, se você não consegue conversar empaticamente com seu liderado”, afirma David. 

Segundo a BR Rating, agência de rating de governança corporativa do Brasil, apenas 3,5% das corporações têm mulheres atuando como CEOs e que mais de 80% dos cargos de diretoria são ocupados por homens. Diante disso, David defende que as mudanças têm que ser feitas em todas as esferas da sociedade, e não apenas no mercado de trabalho.



“O sistema precisa mudar. Por que a mulher que precisa cuidar da casa, do trabalho, da carreira? Por que só a liderança precisa mudar? A conta fica alta”, afirma David. “A gente tem que chamar a responsabilidade porque não é modinha, não é porque é cool, é legal... não, isso é necessário, isso não tem volta e impacta diretamente no faturamento”, completa.
 
Para além da maior participação das mulheres no ambiente empresarial, a capacidade de gerir conflitos é extremamente importante em um mundo que vem valorizando cada vez mais a inclusão e diversidade. “Quanto mais diversidade a gente aplica, mais conflitos tem, porque são pessoas com repertórios, culturas, idades propósitos completamente distintos. E é através do conflito gerenciado que a gente consegue a tão falada inovação”.  
 

Linha de crédito

Seguindo a tendência de incluir mais mulheres no mercado de trabalho, o BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) criou o Empreendedoras de Minas, primeira linha de crédito do país exclusivamente voltada para o segmento. O programa, que tem como alvo micro e pequenas empresas que tenham participação societária feminina igual ou superior a 50%, já superou a marca de R$100 milhões em financiamentos.

*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz