Jornal Estado de Minas

ATINGIDOS POR BARRAGEM

Indígenas Pataxó fazem protesto para implantação de escola na aldeia


Indígenas do povo Pataxó  Hã-hã-hãe realizaram um protesto nesta quinta-feira (10/3) na Superintendência Regional de Ensino Metropolitano, localizada no Bairro Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. 




 
Antes da reunião para apresentar as reinvidicações aos representantes da superintendência, os indígenas apresentaram cântigos e danças que fazem parte da tradição do povo. Eles vieram da Aldeia Katurãma, em São Joaquim de Bicas, onde instalaram a aldeia, desde quando foram obrigados a deixar a aldeia onde viviam em decorrência do rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho. 
 
Eles foram até a Secretaria de Estado da Educação para garantir educação para as crianças da aldeia. “Estamos lutando para que coloquem a matriz curricular no sistema e que contratem os professores para que a gente possa trabalhar com dignidade”, afirmou uma das lideranças. 
 
A cacique Angoró destacou a importância da educação para seu povo.“Estamos fazendo um ato para contratação funcionários da minha escola. Desde ano passado lutando para ter uma grade curricular lá”, afirmou. 




 
Cerca de 10 professores indígenas estão lecionando, no entanto, de maneira voluntária. A situação dos docentes se arrasta já há um ano. Além disso, eles querem que os saberes indígenas passem a fazer parte do currículo do Estado. 

A educação indígena segue algumas diretrizes de acordo com o Ministério da Educação que prevê a formação de professores indígenas, produção de material didático específico em línguas indígenas, bilíngues ou em português.
 
A Secretaria de Estado da Educação informou, por meio de nota, que a atualização da matriz curricular da Educação Escolar Indígena já está em andamento e, a partir disso, será liberado o novo Quadro de Horários (QH), garantindo o funcionamento pleno da unidade de ensino.