Depois de posicionamento transfóbico do ministro da Educação, Milton Ribeiro na terça (8/ 3), a Aliança Nacional LGBTQIA+, Grupo Dignidade e Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas protocolizaram nesta quinta-feira (10/ 3) notícia crime endereçada ao procurador-geral da República para que as falas durante o evento oficial sobre merenda escolar sejam investigadas.
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“É muito triste que a educação do país esteja nas mãos de alguém que propaga uma desinformação que mata. As falas do ministro afiam as facas que derramam o sangue da população LGBTQIA+ . Não toleraremos a discriminação institucional, estaremos sempre vigilantes aos desmandos de autoridades que se julgam maiores que a Constituição Federal”, declara Amanda Souto Baliza, advogada responsável pelas duas ações contra Milton Ribeiro.
Para o coordenador nacional de comunicação da Aliança Nacional LGBTI , Gregory Rodrigues, tratar a sexualidade diversa como um "Caminho errado" é ignorância, tendo em vista que o Brasil é o país que mais mata a população trans e travestis do mundo. “Será que os índices elevados no número de mortes de pessoas LGBTQIA+ não são suficientes para que se justifique a necessidade de se pautar na educação o respeito e a dignidade da pessoa humana?”, questiona.
Gregory ainda defende que é preciso desmistificar a ideia de que há uma tentativa de "violentar a inocência de crianças" e de se implantar "ideologia de gênero nas escolas". Ele considera que tais afirmações não passam de falácia e que todo o movimento LGBTQIA+ também é contra.
Vale lembrar que o termo “ideologia de gênero” é usado pelo conservadorismo para descredibilizar e atacar os estudos de gênero, que se dedicam a entender as várias possibilidades de manifestações de identidade do ser humano na sociedade.
“Todas as crianças devem ser preservadas em sua integridade e ter sua infância garantida em todas as fases. No entanto é nesta fase que se forma o caráter, e é aí que esperamos que algo seja feito, que sejam ensinadas a respeitar todos e todas, desde o gordinho ao magrinho, do preto ao branco, do gay ao hétero, da trans e travesti etc., sem distinção”, declara Gregory.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz