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Estado de Minas REPRESENTATIVIDADE

Mineira está por trás de aplicativos do Google para famílias e crianças

Luciana Maroun, engenheira sênior e 'tech lead manager' do Google, está por trás do desenvolvimento dos aplicativos globais 'Family Link' e 'Kids Space'


11/03/2022 15:59 - atualizado 11/03/2022 19:33

Luciana e algumas árvores no fundo
Luciana Maroun, graduada e mestre em Ciência da Computação pela UFMG, atua há mais de seis anos no Google (foto: Arquivo Pessoal )
A mineira Luciana Maroun, de 30 anos, engenheira sênior e tech lead manager da Google, e atuante em projetos voltados para crianças e famílias, é uma das responsáveis por desenvolver os aplicativos Family Link e Kids Space, disponíveis mundialmente. Os produtos visam auxiliar pais e filhos a criarem hábitos saudáveis com a tecnologia.

Segundo Luciana, que é graduada e mestre em Ciência da Computação pela UFMG, as suas principais motivações são impactar positivamente e melhorar a vida das pessoas. “O desenvolvimento de produtos para as  famílias e as crianças é uma área relativamente nova e muito importante, pois a nova geração possui muito interesse em interagir com a tecnologia. Ao mesmo tempo, os pais precisam ficar atentos se essas práticas estão ocorrendo de forma saudável”, explica.

Aplicativos fortalecem a relação entre pais e filhos

Atuante há mais de seis anos no Google, Luciana já desenvolveu vários projetos, entre os principais estão o Family Link e o Kids Space. Este oferece um espaço com conteúdos infantis recomendados por professores e especialistas da área de desenvolvimento infantil, sendo personalizado conforme os interesses da criança. O aplicativo está disponível somente no sistema operacional Android.

A engenheira de software afirmou que a experiência é muito legal para as crianças, já que o produto é customizado e pensado para elas. “Elas podem aceitar a recomendação de alguns aplicativos que ficam disponíveis, que, em última instância, são escolhidos pelos pais, que vão avaliar o que é mais adequado para a história e o ambiente em que estão inseridos. Além disso, as crianças podem customizar um avatar que representa a sua identidade”, completa.

O aplicativo Family Link, por sua vez, permite que os pais ou responsáveis possam supervisionar as crianças enquanto acessam aparelhos de tecnologia, como celulares e tablets — simultaneamente, o serviço também traz transparência para as crianças sobre todos os mecanismos de supervisão.

Luciana explicou que o produto contribui no papel dos pais e cuidadores de guiar as crianças, para que elas não fiquem ausentes do mundo virtual, tendo em vista que, nos dias atuais, é uma forma muito importante de interação. Para isso, o acesso deve receber cuidados e supervisão da família.

Além disso, o aplicativo colabora no fortalecimento do vínculo entre pais e filhos. “O nome Family Link foi escolhido justamente para aproximar as famílias, estimular o diálogo e a conexão. Por isso, a comunicação é feita de duas vias, pois as crianças sabem quais são os dados compartilhados e as  configurações feitas pelos resposnáveis, como o tempo de tela e os aplicativos liberados”, completa.

Representatividade feminina na área das disciplinas STEM

Tendo em vista que a sua profissão está inserida no campo das disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), área majoritariamente masculina, a engenheira sênior da Google explicou que ser minoria em um espaço pode ser delicado, mas, por ver outras mulheres atuantes na tecnologia, sempre soube que seguiria neste âmbito.

“Antes de me profissionalizar, tive o privilégio de conhecer algumas mulheres que já atuavam na área, e isso foi bastante fundamental, pois contribuiu para que eu enxergasse a possibilidade de seguir a
carreira. No entanto, ser minoria traz alguns desafios e pode ser, em alguns momentos, solitário, já que houve situações em que eu era a única mulher nas salas de aula e de reunião”, disse.

Luciana também ressaltou a importância das amizades construídas, visto que pôde se fortalecer e compartilhar suas experiências.“Por mais que sejamos poucas, esses laços são fundamentais para que possamos superar os diversos obstáculos, além de mostrar que não é necessário ter um determinado perfil para alcançar o sucesso”, completa.

 

Luciana pedalando uma bicicleta, na sede do Google nos EUA
Luciana Maroun, em Mountain View, sede do Google nos Estados Unidos, onde fez estágio por três meses (foto: Arquivo Pessoal )
Para contribuir no rompimento dessas barreiras, a mestre em Ciência da Computação expôs a importância da tecnologia para ampliar a representatividade e aplicar a igualdade de gênero.

“A tecnologia tem um papel fundamental nesse processo de divulgação e ajuda a desconstruir alguns estereótipos. Observamos, como uma empresa global, que essa é a realidade de vários países, não somente do Brasil. Portanto, precisamos trabalhar juntas para acabar com essas limitações e aumentar representativade feminina em diversos espaços”, explica.  

O Google implementou medidas práticas para o desenvolvimento de mulheres na empresa, investindo em programas de planos de carreiras e mentorias para ajudar a criar oportunidades mais efetivas de crescimento profissional para mulheres, nas mais diferentes áreas de negócios.

Atualmente, as mulheres representam mais de um terço dos cargos de liderança na área de negócios no Google Brasil. Somente em 2020, o número de mulheres nestas posições cresceu mais de 25% na empresa, atuando à frente de áreas como Vendas, Marketing, RH, Cloud, Play e YouTube.

"Eu fico muito feliz em poder servir de exemplo para várias meninas que querem atuar no ramo da tecnologia, além de romper alguns mitos. Temos que, cada vez mais, caminhar nessa direção, pois existem muitos talentos que não devem ser desperdiçados devido aos preconceitos difundidos na sociedade"

Luciana Maroun



*Estagiária sob supervisão


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