Após uma operação policial em outubro de 2021, em Varginha, no Sul de Minas, e que resultou em 26 mortes de suspeitos, a deputada estadual Andréia de Jesus (Psol) anunciou que acompanharia, juntamente à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, as investigações. Com a declaração, passou a receber ataques em redes sociais e, em novembro,
foi ameaçada de morte por um internauta.
“Seu fim será como o de Marielle Franco”, disse a pessoa, que ainda não foi identificada. A assessoria da deputada afirma que, após realizado o Boletim de Ocorrência, Andréia de Jesus passou a ter escolta policial para que pudesse exercer sua atividade parlamentar em segurança.
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Modelo brasileira desfila com cabelo Black Power na Paris Fashion WeekCâmara aprova fim da autorização do cônjuge para cirurgia de esterilizaçãoDiretor de 'Pantera Negra' é acusado de tentar roubar sua própria contaAssembleia e MP pedem manutenção da escolta à deputada Andreia de JesusSem escolta, Andréia de Jesus recebe ameaça de mortePadaria muda nome de bolo de 'nega maluca' para 'afrodescendente'A nota da assessoria da parlamentar também deixa claro que o autor da ameaça ainda não foi identificado pelo setor de inteligência da PMMG e, consequentemente, não pôde ser encontrado.
Para a assessoria de Andréia, é emblemático que a suspensão da escolta ocorra na mesma semana em que o assassinato de Marielle Franco completa quatro anos. A vereadora do Rio de Janeiro que, assim como Andréia de Jesus, era uma mulher negra e de origem periférica, era filiada ao mesmo partido da deputada, o PSOL.
Andréia teme que a história se repita e, por isso, reivindica seu direito de continuar sendo escoltada até que um suspeito seja julgado pela ameaça de morte.
Andréia teme que a história se repita e, por isso, reivindica seu direito de continuar sendo escoltada até que um suspeito seja julgado pela ameaça de morte.
O momento é sensível, uma vez que a Polícia Civil (PCMG) começa a convocar possíveis suspeitos de crimes de ódio contra a deputada para uma oitiva.
A equipe de Andréia explica que “é possível que sirva de gatilho para novas ameaças, novas manifestações de ódio ou condutas ainda mais graves contra a deputada”. Reforça ainda a importância da escolta ao relembrar que, no último dia 7, ao tentar visitar uma comunidade quilombola no Norte de Minas, Andréia sofreu uma tentativa de intimidação por funcionários de um latifundiário local.
A equipe de Andréia explica que “é possível que sirva de gatilho para novas ameaças, novas manifestações de ódio ou condutas ainda mais graves contra a deputada”. Reforça ainda a importância da escolta ao relembrar que, no último dia 7, ao tentar visitar uma comunidade quilombola no Norte de Minas, Andréia sofreu uma tentativa de intimidação por funcionários de um latifundiário local.
Andréia de Jesus preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e atua na defesa dos direitos de populações vulneráveis do estado. “Em tempos de aberta perseguição às defensoras e defensores de Direitos Humanos no país, é necessário que parlamentares eleitos com essa pauta que entra em conflito, muitas vezes, com agentes do estado ou com pessoas e empresas de elevado poder econômico, gozem de proteção estatal efetiva”, afirma a assessoria da deputada.
Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (16/3), Andréia de Jesus afirma que sua escolta ainda será retirada e que já houve um ato em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais em defesa dela e contra a ação da Polícia Legislativa. “Não queremos ser semente. Não queremos ser outras Marielles”, conta uma das ativistas.
A reportagem do EM entrou em contato com a assessoria da ALMG, mas até o momento não obteve resposta e aguarda posicionamento.