Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos em 30 países revelou que os brasileiros têm a pior percepção do tratamento das mulheres pelo governo. Enquanto isso, as instituições de educação e ensino atingiram o maior índice de percepção de tratamento igualitário.
Para a análise, os entrevistados avaliaram o tratamento por sete instituições: governo, educação e ensino, saúde, polícia, mídia tradicional, cortes judiciais e prisões e mídias sociais.
Governo
Quase seis em cada dez brasileiros (59%) acreditam que o governo trata as mulheres pior que os homens. É o maior índice entre as 30 nações pesquisadas. A Polônia (48%), Hungria (44%) e Colômbia (44%) aparecem na sequência, enquanto na Arábia Saudita, 55% dos respondentes acham que o Governo trata as mulheres melhor que os homens.
Para 25% dos brasileiros, o governo trata homens e mulheres da mesma forma. Já 9% acreditam que o governo dá tratamento melhor às mulheres.
Educação e ensino
Das sete instituições avaliadas, as de educação e ensino (como escolas e universidades, por exemplo) registraram o maior índice de percepção de tratamento igualitário: 54% dos brasileiros acham que elas tratam homens e mulheres da mesma maneira.
Serviços de saúde
Para 50% dos entrevistados no Brasil, os serviços de saúde dão tratamento igualitário a homens e mulheres. Outros 23% acham que as mulheres recebem tratamento pior que os homens e 19% acreditam que as mulheres são melhor tratadas pelos serviços de saúde.
Polícia
41% dos brasileiros responderam que as mulheres recebem tratamento pior do que os homens pelas forças policiais (maior índice entre os 30 países). Já 33% acham que ambos são tratados da mesma forma e 15% acreditam que as mulheres recebem melhor tratamento que os homens.
Mídia tradicional
Ao serem questionados como a mídia tradicional (TV, rádio e jornais, por exemplo) trata as mulheres, os entrevistados no Brasil se dividiram: 40% acham que elas recebem pior tratamento que eles; outros 40% acham que o setor midiático trata homens e mulheres de forma igual. Apenas 15% responderam que o sexo feminino é melhor tratado que o masculino.
Cortes judiciais e prisões
No Brasil, 37% acham que as mulheres recebem tratamento inferior aos homens por cortes judiciais e prisões (maior índice entre as nações pesquisadas). Enquanto isso, 34% acreditam que há tratamento igual e 13% responderam que as mulheres são melhor tratadas que os homens nestes espaços.
Mídias sociais
Entre os brasileiros, a percepção de que as mulheres têm tratamento pior que os homens é comum entre 45% dos entrevistados. Para 34%, há tratamento igual entre os gêneros nestas plataformas e 14% acham que as mulheres são melhor tratadas que os homens.
Sobre a pesquisa
A pesquisa “Dia Internacional da Mulher 2022” do Ipsos foi realizada entre os dias 21 de janeiro e 4 de fevereiro de 2022. Foram entrevistadas aproximadamente 1.000 pessoas on-line no Brasil, com idades entre 16 e 74 anos.
Os dados também foram ponderados para que a composição da amostra de cada país melhor reflita o perfil demográfico da população adulta de acordo com os dados mais recentes do censo. No Brasil, a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
Além do Brasil, integram a pesquisa: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Singapura, Suécia e Turquia.