Jornal Estado de Minas

MULHERES NA CIÊNCIA

Academia Brasileira de Ciências elege 1ª presidente mulher em 105 anos



Academia Brasileira de Ciências elegeu, pela primeira vez em 105 anos, uma mulher para o cargo de presidente da instituição. A biomédica Helena Nader assumirá o cargo durante reunião magna, que ocorrerá no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, entre 3 e 5 de maio. A eleição de Helena faz parte de um movimento de mudança na academia, que elegeu para 2022 uma maioria de mulheres como membros titulares, com oito dos 13 títulos possíveis. 



“(Sou) uma pessoa privilegiada por ter tido tantas oportunidades na vida e por estar agora presidindo, como mulher, uma instituição centenária, ao lado de uma diretoria da mais alta qualidade. Espero que possamos motivar ainda mais a ciência brasileira”, declarou Helena ao site da ABC. 

Helena nasceu em 1947 na cidade de São Paulo, e passou parte da infância em Curitiba. Realizou parte do ensino médio nos Estados Unidos, formou-se em ciências biomédicas pela Unifesp e em biologia pela Universidade de São Paulo (USP), retornando aos Estados Unidos para cursar pós-graduação na Universidade do Sul da Califórnia. Dedicou a vida à defesa da ciência, tecnologia, inovação e educação no Brasil. Seu principal objeto de pesquisa é a heparina, um composto que evita a coagulação do sangue impedindo a ocorrência de tromboses.



Além de agora ocupar a presidência da ABC, Helena é membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e da Academia Mundial de Ciências (TWAS, sigla em inglês). Também foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq) e é co-presidente da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas).



A trajetória da biomédica também foi marcada por prêmios e reconhecimentos, como o título de Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico concedida pelo governo do Brasil em 2008, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto de Ciência e Tecnologia 2020, concedido pelo CNPq e o 1º Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, também em 2020.

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*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz