Foram liberadas nesta quarta-feira (13/04) as filmagens de uma ação policial realizada no dia 4 de abril noestado do Michigan, nos Estados Unidos, que resultou na morte de Patrick Lyoya, um homem negro de 26 anos. A divulgação dos vídeos iniciou uma onda de protestos contra a violência policial na cidade de Grand Rapids, onde ocorreu o incidente.
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Jovem denuncia racismo em academia: 'Dinheiro vale menos porque sou preto?'Movimento indígena entrega petição 'Basta de violência' ao MJRacismo digital: como as máquinas reproduzem comportamentos humanosCem entidades pedem que governo aceite missão da ONU para avaliar o racismoPor que os opostos se atraem cada vez menos no amor e no sexoO que dizem os adeptos do 'poliamor solo'O ponto mais chocante da filmagem mostra o policial sobre as costas de Lyoya, imobilizando-o com o joelho, antes de atirar em sua nuca. Nos segundos antes do tiroteio, Lyoya aparece perseguido pelo policial. Os dois lutam no chão, aparentemente pela arma de choque do policial. Durante a luta, a câmera corporal do policial para de filmar. Winstrom, Chefe de polícia de Grand Rapids, disse que a pressão foi aplicada à câmera para desligá-la durante a luta, mas que não está claro quem aplicou essa pressão e se foi intencional.
Patrick Lyoya é natural da República Democrática do Congo e migrou para os Estados Unidos em 2014. Sobre o policial que efetuou o disparo, as autoridades informaram apenas que ele ingressou no Departamento de Polícia em 2015 e está afastado do cargo até o fim das investigações.
"O vídeo mostra claramente que este foi um uso desnecessário, excessivo e fatal da força contra um homem negro desarmado que estava confuso com o encontro e aterrorizado por sua vida", disse Ben Crump, advogado da família, que pede que o policial seja demitido e processado.
“Sem justiça, sem paz”
A morte de Patrick Lyoya gerou protestos em Grand Rapids mesmo antes da liberação das imagens. Na noite de terça-feira (12/04), cerca de 100 pessoas marcharam em direção à prefeitura da cidade gritando frases como “Vidas negras importam” e “Sem justiça, sem paz”.
Após a liberação do vídeo, centenas de pessoas marcharam em um protesto pacífico em direção ao departamento de polícia segurando cartazes com os dizeres “sem justiça, sem paz, sem polícia racista” e “prendem policiais violentos”, além de exigirem a divulgação do nome do policial que efetuou o disparo. Protestos também ocorreram em outras cidades americanas.
Uma investigação do New York Times revelou que policiais americanos, nos cinco anos anteriores, mataram mais de 400 motoristas que não estavam empunhando uma arma ou faca ou sendo perseguidos por um crime violento. Segundo o Washington Post, este ano, mais de 250 pessoas foram mortas a tiros por policiais em serviço nos Estados Unidos, um ritmo próximo ao que ocorreu entre 2020 e 2021, quando mais de 1 mil pessoas foram mortas a tiros pela polícia.
Os assassinatos de homens negros por policiais ganharam visibilidade internacional em discussões nacionais sobre a aplicação da lei nos últimos anos, dando força ao movimento “Black Lives Mater”, principalmente depois do assassinato de George Floyd por um policial em 2020, que desencadeou ondas de protestos em todo o país, chegando inclusive no Brasil.
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*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz