O período que se seguiu à reforma protestante foi marcado pela influência da Igrreja Católica e pela perseguição das mulheres acusadas de bruxaria, a famosa “caça às bruxas”, em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, com os famosos tribunais da Santa Inquisição.
Diferentemente dos Estados Unidos, que exonerou oficiais e construiu memoriais pelos julgamentos em Salem, somente este ano o governo escocês pediu desculpas publicamente pela execução de milhares de pessoas, a maioria mulheres.
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Churrasqueira tem orçamento para evento negado por ser negraAbya Yala: saiba como funcionará a primeira feira indígena de BHCem entidades pedem que governo aceite missão da ONU para avaliar o racismo“Em uma época em que as mulheres não podiam falar como testemunhas em um tribunal, elas eram acusadas e mortas porque eram pobres, diferentes, vulneráveis ou, em muitos casos, apenas por serem mulheres”, disse ela. “Como primeira-ministra, em nome do governo escocês estou escolhendo reconhecer essa injustiça histórica e flagrante e estender um pedido de desculpas formal e póstumo a todos os acusados, condenados, vilipendiados ou executados sob a Lei de Bruxaria de 1563”, completa.
Caça às Bruxas
A perseguição de mulheres sob a acusação de bruxaria tinha o objetivo de punir os responsáveis por males que se abatiam uma comunidade, como mortes inexplicáveis, colheitas fracas e outros eventos que fugiam da compreensão da época. Indivíduos vulneráveis e que fugiam dos padrões comportamentais da época, em especial mulheres que dominavam os conhecimentos de cura e usos de plantas medicinais, eram apontados como causadores dos infortúnios.
O pânico em torno da feitiçaria e do culto ao diabo tomou conta das sociedades pós-Reforma na Europa e na América colonial. Na Escócia, a Lei de Bruxaria durou entre 1563 e 1736 estabelecia que o uso, prática ou exercício de qualquer bruxaria, encantamento, feitiço ou feitiçaria que ferisse ou matasse qualquer pessoa era considerado crime capital. O país foi considerado um dos mais inclementes da época, com a média de execuções per capita cinco vezes maior que a europeia, segundo o jornal The Guardian.
De acordo com o Survey of Scottish Witchcraft, um banco de dados abrangente de processos conhecidos de bruxaria na Escócia, entre a primeira execução em 1479 e a última em 1727, pelo menos 2,5 mil pessoas foram mortas. Segundo o site Witches of Scotland, 3837 pessoas foram acusadas de bruxaria no país, e 84% das acusações e execuções eram de mulheres.
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*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz