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Estado de Minas POVOS ORIGINÁRIOS

Encontro de culturas indígenas em BH discute sustentabilidade e cultura

Evento na Lagoa do Nado, em BH, reúne etnias indígenas de diversas partes do Brasil para celebrar cultura e defesa da natureza


29/04/2022 12:11 - atualizado 29/04/2022 15:15

foto de perfil de Siwê Pataxoop, indígena usando cocar e pinturas típicas
Siwê Pataxoop é um dos convidados do Encontro de Culturas Indígenas pela Cura da Terra (foto: Arquivo pessoal)

Para dar início às celebrações de 30 anos do Parque Lagoa do Nado, em Belo Horizonte, povos indígenas se reúnem para o Encontro de Culturas Indígenas pela Cura da Terra neste sábado (30/04). A parceria entre Circuito Municipal de Cultura e Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado promoverá o debate sobre ligação do ser humano com a terra e sustentabilidade além de celebrar o encontro, a diversidade e a riqueza das culturas indígenas.

“A gente vai tratar um assunto que é muito importante nesse momento, que é a cura da terra, e o poder que os povos indígenas tem de estar fazendo essa cura, de poder fazer esse manejo da nossa terra, da natureza e a importância da natureza na nossa vida a partir da ancestralidade”, afirma o educador indígena e diretor escolar Siwê Pataxoop. 



A abertura do encontro será feita pela artista e ativista das causas indígenas Darupü'üna Tikuna, do Amazonas, que realizará um canto. O evento também contará com um ‘Festejo multiétnico Yawara Pixuna e os Caminhos de Pachamama’ que reunirá os povos Kambiwá, Aranã Caboclo, Pataxó e os Povos Andinos, e com um bate-papo entre Darupü'üna e Siwê Pataxoop, mediado pelo doutor em literatura indígena e pesquisador Rafael Fares, que fará provocações e indagações que permitam os dois convidados falarem mais da sua etnia, das suas práticas, dos seus fazeres e das suas culturas.

“É importante esse dialogo cultural, que a gente chama de interculturalidade, para poder fazer essa ponte entre o nosso mundo, indígena, e o lá de fora. A gente leva nosso conhecimento para o mundo, mas tem essa possibilidade de troca”, reflete Siwê.

O encontro traz músicas tradicionais dos povos indígenas brasileiros, o Toré e o Toante, e também o ritual de uma oferenda para Mãe Terra pelos parentes andinos. Os povos indígenas presentes também convidam para o encontro os povos pretos de terreiro, de quilombo, de periferia e LGBTQI+ para celebrar o encontro e a diversidade, a riqueza da cultura e da espiritualidade.

Ameaças aos povos originários

O Encontro de Culturas Indígenas pela Cura da Terra acontecerá na semana em que ocorreu a denúncia de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos em Roraima

“Nós estamos realizando esse evento amanhã, em uma semana que se inicia com o estupro e assassinato de uma menina indígena ianomami. É necessário que as autoridades cessem esse garimpo, essa atividade ilegal e volte e concentre esforços no sentido de cuidar, zelar e preservar a vida dos povos indígenas, que são os povos originários”, afirma Rosália Diogo, coordenadora do equipamento cultural da Lagoa do Nado e responsável pela apresentação do evento.

Uma das maiores ameaças aos povos indígenas no Brasil atualmente é a defesa de suas terras, que, além de enfrentarem a dificuldade da demarcação oficial do governo e estarem ameaçadas pelo decreto do Marco Temporal, são invadidas violentamente por atividades ilegais, em especial o garimpo.

Siwê defende que todos tem que fazer sua parte para que o mundo não saia do controle e que há a possibilidade de viver no mundo sem exploração, de forma sustentável e assegurando um futuro saudável para todos.

“É importante estar em diálogo com as pessoas de fora, porque hoje a gente está debaixo do mesmo céu, respiramos o mesmo ar, tomamos a mesma água e pisamos o mesmo chão. Quando não tiver mais uma arvore em pé, aí não haverá vida, nem para nós nem para ninguém”, afirma.

SERVIÇO

Encontro de Culturas Indígenas pela Cura da Terra
Data: 30 de abril
Horário: 10h
Entrada: evento presencial gratuito
Classificação: livre
Local: Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado (Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904, Itapoã)
Ingressos: acesso ao evento é livre a partir das 10h, sujeito à lotação do espaço
Protocolos de prevenção à covid-19: para acesso ao evento é obrigatório uso de máscara e apresentação do cartão de vacinação que comprove a segunda dose da vacina.
Vacinação contra febre amarela: É obrigatória a imunização com aplicação de dose da vacina de febre amarela há, pelo menos, 10 dias antes da visita ao parque. Caso o visitante


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