Depois de um trecho do show de comédia stand up de Nego Di, contendo falas transfóbicas a respeito da Linn da Quebrada, viralizar no fim de semana, a cantora usou as redes sociais para se posicionar e fazer uma reflexão sobre o momento de vida que está vivendo.
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Além disso, Linna postou um texto no qual afirma que mais uma vez se depara com a pergunta “quem sou eu?”. A cantora faz um desabafo e uma análise do que vem acontecendo desde a saída do reality Big Brother Brasil e do acontecimento envolvendo Nego Di.
“Fui irresponsável e desmedida algumas vezes, mas nunca fiz nada para ferir intencionalmente ninguém. Porque eu sei que isso dói. Eu já senti isso antes. Mas tem coisas que devem ser responsabilizadas, porque são falas feitas com a intenção de machucar e tirar de mim e de nós algo que estamos balizando agora: nossa humanidade. E isso é inegociável”, escreveu a cantora.
Relembre o caso
No vídeo com falas transfóbicas a respeito da ex-BBB Linn da Quebrada no Stand Up “98% - O Show”, Nego Di fala sobre compartilhamento de imagens íntimas. “Se for homem, tem que mandar foto da peça , se for mulher, tem que mandar foto da peça do namorado, e se for mulher e não tiver namorado, tem que assinar o ‘close friends’ da Linn da Quebrada, tirar um print e mandar”, fala ele.
A apresentação segue com uma explicação debochada do humorista sobre o que é uma travesti, que segundo ele é alguém que ainda tem a peça , que ainda não deu o ‘cut’, ainda não cortou”, gesticulando para a própria virilha. A fala mais criticada veio logo após, quando Nego Di contava que estava assistindo à primeira festa do BBB22 com sua namorada, quando ficou surpreso de ver Linna beijando Maria.
“Do nada, o ‘bagulho’ mais aleatório da minha vida, não sei se vocês viram isso aí, a travesti pegou uma ‘mina’. Beijou uma ‘mina’! O que é isso? Os ‘traveco’ quer me enlouquecer? O que ela quer, o que ele quer, o que elu quer? O cara vira mulher, bota um silicone, bota cabelo, toma hormônio para sair para pegar umas ‘mina’? Eu nunca tinha visto ‘traveco’ ‘machorra’ na minha vida”, diz o comediante enquanto a plateia ri.
As falas foram altamente repudiadas por internautas que defenderam Linna, lembrando que o episódio configura crime, uma vez que em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu enquadrar casos de homofobia e transfobia no crime de racismo, sendo inafiançável e imprescritível.
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*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz