Jornal Estado de Minas

INJÚRIA RACIAL

Mulher associa cabelo crespo a transmissão de doenças; caso gera revolta


A volta para casa virou caso de polícia na noite de segunda-feira (2/5), na estação de metrô Ana Rosa, em São Paulo. Uma mulher branca "pediu" a outra passageira, negra, que se afastasse porque o cabelo crespo dela "poderia passar alguma doença". A ofensa racial contra a auxiliar administrativa Welica Ribeiro se transformou em bate-boca e parte dos presentes filmaram o fim da discussão.





Em um dos vídeos, o irmão de Welica, Samuel Lopes, pergunta a outras passageiras se elas também ouviram o que a agressora falou. "A mulher falou assim: 'moça, você podia dar licença e tirar seu cabelo? Você pode passar alguma doença para mim'. Falou com cara de cinismo mesmo", contou Samuel, em entrevista ao jornal da Globo. Eles chamaram os seguranças do metrô e, depois, a polícia.


A repercussão foi imediata e os demais passageiros ajudaram os irmãos a manter a agressora na estação até a chegada da Polícia Militar. Em outros registros do momento, compartilhados nas redes sociais, é possível ver a multidão aos gritos de "racista! racista!" e reverberando o bordão "racistas não passarão".

O caso foi registrado como injúria racial na 27º DP (Distrito Policial), Campo Belo, e a mulher identificada como Agnes Vajda. Em nota, o metrô confirmou a ocorrência. "Os agentes de segurança do Metrô atuaram na proteção das partes. A PM foi acionada e as encaminharam para a delegacia", informa o texto.





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