(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas RACISMO

'Me senti humilhado': jovem é vítima de racismo por grupo de amigas

Colegas do estudante postaram vídeo nas redes sociais com ofensas baseadas na cor da pele dele; caso é investigado pela Polícia Civil


03/05/2022 14:35 - atualizado 03/05/2022 15:16

Matheus é um homem negro. Ele sorri para a foto e usa um jaleco branco
Matheus Antunes foi vítima de racismo por grupo de amigas (foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga um vídeo em que um grupo de amigas faz ofensas racistas contra o estudante de odontologia Matheus Antunes Silva, de 26 anos. A postagem nos stories do Instagram, pela função de melhores amigos, ocorreu no domingo (24/4).

Morador do Gama, ao saber do vídeo, Matheus registrou um Boletim de Ocorrência. "Para resumir, eu me senti humilhado. Fiquei com raiva, fiquei com vergonha, triste. Foram vários sentimentos ao mesmo tempo. É difícil dizer. Conversei com os meus amigos. Todo mundo ficou bem triste", afirma. 

Leia também: Mulher associa cabelo crespo a transmissão de doenças; caso gera revolta 

O vídeo foi gravado em um campeonato de futevôlei no Gama e começa com a dona do perfil gravando ela mesma. Do lado de uma amiga, elas repassam alguns nomes.

“Cerqueira, neguim e o vitinho”. Uma amiga fala “Negão nem falou com a gente ontem, viu”, diz uma amiga. Quando a dona do perfil diz “Nossa, negão ele é atirado, é preto e ainda fica tirando os outros de tempo”.

Em seguida a amiga completa: “Não passa um desodorante”, e as meninas sorriem. A jovem excluiu o perfil da rede social após a repercussão do caso. 

Matheus, a mãe e o pai estão abraçados enquanto comemoram. Todos são negros e exibem sorrisos para a foto
Família de Matheus em desfile de moda na Samambaia (foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)


Matheus explicou ao Correio que conhece as meninas de lugares e amigos em comum e que acredita que elas se referem a alguma vez que conversou com elas. "Estou bem melhor, mas ainda estou meio triste. Estou retomando minha vida aos pouquinhos, graças a Deus", diz.

O estudante também aproveita para agradecer as pessoas que o apoiaram. "Recebi muito apoio da minha mãe, de toda a minha família, principalmente, do meu primo Guilherme Antunes e do meu amigo Talison Menezes", destaca. 

O Correio tentou entrar em contato com as jovens, mas as redes sociais delas foram excluídas. O espaço segue aberto para manifestações.

A injúria racial é crime previsto no Código Penal e ocorre quando há ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes à sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência. A pena pode ser de um a três anos e multa.

Ouça e acompanhe as edições do podcast DiversEM





receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)