Quem passou pela Praça 13 de Maio, também conhecida como praça do Preto Velho, no Bairro da Graça, Na Região Norte em Belo Horizonte, no sábado (14/05) encontrou a celebração da Noite da Libertação. A festa reuniu 63 terreiros da capital depois de dois anos de suspensão devido à pandemia de COVID-19. O evento reuniu mais de 500 pessoas na celebração.
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A celebração, tombada em 2019 como Patrimônio Imaterial de Belo Horizonte, contou com cortejo, roda de capoeira e homenagem à Associação Cultural Odum Orixás, que completa 50 anos em 2022. Em seguida os centros presentes iniciaram seus trabalhos com passes, cantos e defumações. Também houve distribuição gratuita de comidas típicas de terreiro. “A gente entende aquela praça, naquele momento, como extensão do terreiro de cada um no espaço público”, afirma Pai Ricardo.
Pai Ricardo ressalta que a cultura negra está presente no dia a dia de todos os brasileiros, fazendo parte da construção da identidade cultural na comida e na música, por exemplo. Frases comuns ditas por mães e avós, como “vai benzer” e “a criança vai aguar”, além da crença em mau-olhado e nos benefícios do banho de sal grosso têm suas raízes em religiões de matriz africana.
“A gente não quer tolerância, a gente quer respeito. Falar que não conseguiram calar os nossos tambores é muito importante. É nesse lugar que a gente quebra o preconceito, que quebra a ignorância. As pessoas não podem mais ignorar uma cultura que faz parte da vida dela, que está do lado dela no ônibus, que está dentro da panela dela quando come feijoada, por exemplo”, afirma Pai Ricardo.
13 de maio é o Dia de Preto Velho
Os pretos velhos são entidades muito reverenciadas na Umbanda. Eles são conselheiros, guias e orientadores. Na tradição umbandista, os Pretos Velhos foram na maioria negros escravizados. Muitos deles foram trazidos da África e, por toda a vivência na Terra, adquiriram muita sabedoria. Por essa razão, o dia 13 de maio é dedicado à celebração aos Pretos Velhos. Os Pretos Velhos resistiram ao cativeiro e se elevaram espiritualmente . Uma das saudações usadas na Umbanda, 'adorei às almas', faz referência à sabedoria dessas almas elevadas.
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