Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato ao governo de Minas Gerais, participou, na manhã desta segunda-feira (23/5), do podcast EM Entrevista, transmitido ao vivo no canal do Portal Uai. Durante a conversa, que abordou temas relativos às eleições de 2022, também foi questionado sobre políticas públicas direcionadas à população em situação de rua durante seus mandatos.
Kalil admitiu que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não pôde tirar a população em situação de rua por causa de uma determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Ações de acolhimento para a população em situação de rua
De acordo com o ex-prefeito de Belo Horizonte, o TJMG impediu, durante seus mandatos, que a PBH retirasse moradores de rua das ruas. “Talvez se a oposição, essa mesquinha idiota lá da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), dos empresários, dos milionários, soubessem que a prefeitura não pode tirar morador de rua da rua; não pode recolher aquela ‘bagulhada’ que está [nas ruas] por uma decisão do desembargador do TJMG, nós íamos conversar”, afirma ele.
A decisão do TJMG sobre a qual Kalil fala, na realidade, tem um longo histórico.
Desde 2013, o Tribunal de Justiça aprova decisões que proíbem a PBH de apreender os pertences de moradores de rua sob o argumento de defesa dos direitos dessa parcela da população. Em 2019, após um pedido de recurso da PBH, a decisão foi reforçada e, em outubro de 2021, em decorrência do aumento da população de rua durante a pandemia da COVID-19, uma nova determinação foi imposta.
Desde 2013, o Tribunal de Justiça aprova decisões que proíbem a PBH de apreender os pertences de moradores de rua sob o argumento de defesa dos direitos dessa parcela da população. Em 2019, após um pedido de recurso da PBH, a decisão foi reforçada e, em outubro de 2021, em decorrência do aumento da população de rua durante a pandemia da COVID-19, uma nova determinação foi imposta.
Em 2018, Kalil defendeu a retirada e o acolhimento da população que vive nas ruas de BH. Na ocasião, entregou obras de dois centros de saúde da capital mineira e reforçou a necessidade de se intensificar trabalhos que dêem amparo aos moradores de rua.
“Nós vamos tirar, mas nós não podemos tirar e jogar no mar. Nós temos que tirar e acolher. Então, nós não podemos fazer de Belo Horizonte o hotel cinco estrelas para morador de rua e por outro lado nós não podemos tirar morador de rua e jogar no mar”, disse o ex-prefeito.
“Nós vamos tirar, mas nós não podemos tirar e jogar no mar. Nós temos que tirar e acolher. Então, nós não podemos fazer de Belo Horizonte o hotel cinco estrelas para morador de rua e por outro lado nós não podemos tirar morador de rua e jogar no mar”, disse o ex-prefeito.
Durante o EM Entrevista, Kalil reforçou que as intenções para a retirada dessa parcela da população das ruas não é sobre higienização, mas sim sobre a realização de ações humanitárias. “Quando eu entrei com uma ação forte para resolver isso, a Justiça impediu. Não é higienizar, viu? Aquilo é gente. Aquilo não é gato, cachorro, passarinho, não. Imagine as pessoas que estão na rua. Eles não estão na rua à toa”, afirma.
Confira a entrevista completa:
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