Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 3,4% dos belo-horizontinos se apresentam como homossexuais ou bissexuais. A maioria dos entrevistados, 94,3%, se autodeclara heterossexual, e 2,4% não responderam.
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Os percentuais da capital mineira são um pouco maiores do que a média nacional: 3,4% de pessoas autodeclaradas homossexuais ou bissexuais em BH, enquanto no Brasil o percentual é de 1,9%. Esse percentual corresponde a 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais.
No Brasil, 1,2%, ou 1,8 milhão, tem atração por pessoas do mesmo sexo ou gênero. Do total, 0,7% ( 1,1 milhão) declara-se bissexual, ou seja tem atração por mais de um gênero ou sexo binário.
Coletados em 2019, os dados mostram que 94,8% da população, o que equivale a 150,8 milhões de brasileiros, se autodeclararam heterossexuais, ou seja, têm atração sexual ou afetiva por pessoas do sexo oposto.
O contingente de Belo Horizonte é mais do que o dobro registrado em Minas. No Estado, 1,4% das pessoas se autodeclaram como lésbica, gay ou bissexual.
Subnotificação
Segundo o IBGE, uma das razões para que os dados possam estar subnotificados é, principalmente, o estigma e o preconceito por parte da sociedade. Esses fatores inibem as pessoas a declarar a orientação sexual.
A coordenadora da PNS, Maria Lúcia Vieira, destaca que em cerca de 70 países a homossexualidade é crime, como mostra levantamento feito pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (Ilga).
“A gente não está afirmando que existem 2,9 milhões de homossexuais ou bissexuais no Brasil. A gente está afirmando que 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais se sentiram confortáveis para se autoidentificar ao IBGE como tal”, afirmou a analista da PNS Nayara Gomes
O IBGE informou que os resultados foram divulgados em caráter experimental. Uma das mudanças na metodologia para reduzir a subnotificação é o uso dos termos lésbica e gay, mais familiares à população em geral, em vez de homossexual.
A coordenadora da PNS defendeu a importância de incluir o dado sobre orientação sexual na pesquisa. “É um tema que vem de demanda muito forte de tornar estatisticamente visível essa população para a sociedade. É tema bastante relevante e também delicado”, complementa.