Abrindo o Mês do Orgulho LGBTQIA, a primeira sexta-feira de junho (03/06) marca o lançamento de "Lendária (A Maior)", da cantora e compositora belo-horizontina Lua Zanella. A faixa narra a trajetória de autoconfiança de Lua enquanto artista e travesti e fala sobre não aceitar ser colocada num lugar menor do que as outras pessoas por ser uma mulher trans.
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Influências musicais
Em sua trajetória Lua busca levar divertimento ao público, ao mesmo tempo que aborda discussões políticas acerca do corpo, da heteronormatividade, dentre outros assuntos. Seu ritmo principal é o pop com influências do rap, que exercita participando de batalhas de MC’s.
Há dois meses começou a frequentar a Batalha do 402, no Jardim Riacho das Pedras, em Contagem, e foi campeã da primeira batalha que participou. “Ocupar esse espaço é muito foda, é muito forte, é muito potente, porque não tem outras trans batalhando em BH ou região. Então ocupar esse espaço e perceber que tô sendo acolhida nesse espaço é muito bonito, tem sido muito bom, eu descobri uma nova paixão”, conta Lua, que foi convidada para ser jurada de duas pré-seletivas pro duelo de MC’s nacional.
Como artista ainda quer se aventurar por outros ritmos e temáticas. Ainda esse mês vai lançar um piseiro em parceria com Alana Fox e em julho lançará um single com seu irmão explorando o funk.
“A música é um pilar na minha vida. Eu comecei tocando violino na igreja e eu comecei a me apaixonar por harmonia por arte por melodia. Aí eu entrei no Valores de Minas em 2013 e tive acesso ao canto de coral, e me apaixonei por cantar. A partir daí eu percebi que eu não conseguiria viver sem fazer arte, eu não conseguiria viver sem cantar”, afirma a artista.
Orgulho LGBTQIA
Sobre o Mês do Orgulho LGBTQIA, Lua fala da importância de colocar corpos que geralmente marginalizados em evidência, e mostrar que são como qualquer pessoa que não está incluída na sigla, que merecem os mesmos direitos e as mesmas oportunidades.
“É só o mês virar que as empresas já colocam os logos de arco-íris, frases bem genéricas a respeito dos LGBTQIA+”, aponta Lua. “A gente sabe que as mulheres trans e as travestis tem pouca oportunidade no mercado de trabalho. Porque essas empresas não acolhem de uma forma verdadeira, dando oportunidade de trabalho? Colocar um abandeira numa página na rede social é muito fácil, mas a oportunidade de fato a gente não enxerga no restante do ano”, conclui.
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