No Brasil, 23% dos negros dizem serem retratados como criminosos e 24% como perigosos em produções audiovisuais. O índice é superior à média mundial que registrou 18% e 16%, respectivamente. Além disso, foi identificado que a religião é um fator importante para os brasileiros. Os dados fazem parte da pesquisa “Refletindo-me: Representação Global na Tela”.
O resultado mostrou que 79% dos entrevistados acreditam que deveria ter mais representatividade em programas de TV e filmes e que 52% dos entrevistados se sentem mal representados pelos atores ou os personagens estão estereotipados e distantes da realidade. Mais de 80% acreditam que as empresas deveriam se comprometer com o aumento da diversidade e da representatividade tanto nas telas quanto fora delas.
A pesquisa abordou também como as produções influenciam a vida real. Uma maioria (85% dos entrevistados) concorda que a forma como os grupos e identidades são retratados em programas de TV e filmes influencia como são vistos no mundo real. Não ser representado ou ser representado de maneira incorreta abala a confiança e autoestima de 41%. Seis em cada dez afirmam que isso as faz sentirem sem importância, ignorados ou decepcionados.
Globalmente, 40% das pessoas com deficiência dizem não ver seus corpos retratados nas produções, enquanto 60% dos LGBTQIA alegam que sua identidade de gênero está mal representada. A pesquisa indica que quanto mais interseccionalidades uma pessoa tem, menos representada ela se sente.
Grande parte dos entrevistados acredita que as representações são feitas de maneira superficial. Aqueles que se sentem mal representados, também dizem que não veem pessoas que: “Se comportam de forma parecida comigo” (33%), “Tem o mesmo nível econômico que o meu” (29%), “Falam com o mesmo sotaque ou dialeto que eu” (22%), “Tem uma família como a minha” (21%), “Mora em uma casa como a minha” (21%).
*Estagiária sob supervisão.
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