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Estado de Minas REPRESENTATIVIDADE NAS TELAS

Negros se veem retratados como criminosos em produções audiovisuais

Estudo realizado pela Paramount Global aponta que a forma como os grupos são retratados nas produções influencia como são vistos no mundo real


10/06/2022 09:00 - atualizado 10/06/2022 10:58

Homem negro, com jaqueta preta e óculos 3D, sentado sozinho em uma sala de cinema com poltronas vermelhas
O levantamento indica que 52% da população se sente mal representada em filmes e séries (foto: Tima Miroshnichenko)

 

No Brasil, 23% dos negros dizem serem retratados como criminosos e 24% como perigosos em produções audiovisuais. O índice é superior à média mundial que registrou 18% e 16%, respectivamente. Além disso, foi identificado que a religião é um fator importante para os brasileiros.  Os dados fazem parte da pesquisa “Refletindo-me: Representação Global na Tela”.


Para ver como anda a representatividade nas telas ao redor do mundo, a Paramount Global realizou o levantamento com 15.387 pessoas entre 13 e 49 anos, explorando vários aspectos da diversidade como etnia e raça, identidade de gênero, sexualidade, deficiência entre outros. O estudo foi realizado em 15 países, sendo eles: Brasil, Argentina, Austrália, Chile, Alemanha, Itália, Malásia, México, Holanda, Nigéria, Polônia, Cingapura, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. 

 

O resultado mostrou que 79% dos entrevistados acreditam que deveria ter mais representatividade em programas de TV e filmes e que 52% dos entrevistados se sentem mal representados pelos atores ou os personagens estão estereotipados e distantes da realidade. Mais de 80% acreditam que as empresas deveriam se comprometer com o aumento da diversidade e da representatividade tanto nas telas quanto fora delas.

 

A pesquisa abordou também como as produções influenciam a vida real. Uma maioria (85% dos entrevistados) concorda que a forma como os grupos e identidades são retratados em programas de TV e filmes influencia como são vistos no mundo real. Não ser representado ou ser representado de maneira incorreta abala a confiança e autoestima de 41%. Seis em cada dez afirmam que isso as faz sentirem sem importância, ignorados ou decepcionados.

 

Globalmente, 40% das pessoas com deficiência dizem não ver seus corpos retratados nas produções, enquanto 60% dos LGBTQIA alegam que sua identidade de gênero está mal representada. A pesquisa indica que quanto mais interseccionalidades uma pessoa tem, menos representada ela se sente.

 

 

Grande parte dos entrevistados acredita que as representações são feitas de maneira superficial. Aqueles que se sentem mal representados, também dizem que não veem pessoas que: “Se comportam de forma parecida comigo” (33%), “Tem o mesmo nível econômico que o meu” (29%), “Falam com o mesmo sotaque ou dialeto que eu” (22%), “Tem uma família como a minha” (21%), “Mora em uma casa como a minha” (21%).

*Estagiária sob supervisão.

 

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