Jornal Estado de Minas

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A representatividade de corpos e cores nos desfiles de moda


Diversidade não é uma tradição dos desfiles de moda, no Brasil ou no exterior. Muitas marcas têm trabalhado para levar às passarelas um forte discurso social de igualdade e representatividade e neste 13º episódio do podcast DiversEM vamos discutir a importância de defender a representatividade nas passarelas e mostrar o que ainda pode ser feito a favor da igualdade no mundo da moda. Para isso, o Estado de Minas conversou com a Aline Marques, especialista em cultura de moda.



Durante o antigo Egito, as vestimentas passaram a representar diferentes classes sociais, sendo sinônimo de identidade e poder. Apesar dessa ideia de roupas como forma de expressão se manter até os dias de hoje, Aline acredita que isso está em processo de mudança, pois definir a identidade de alguém de acordo com suas roupas, de certa forma, parece limitante. "Acho que a gente tem que repensar essa questão, se é, ainda, uma forma de expressão, ou ao contrário, uma venda de modelos pré-fabricados os quais a gente tem que seguir."


As mídias sociais certamente têm papel fundamental nessa mudança, pois foi onde as pessoas começaram a discutir e perceberam a necessidade de representar a pluralidade de corpos existentes nas passarelas. Pautas como a gordofobia passaram a ganhar mais espaço na mídia e o mercado da moda foi sentindo essas mudanças acontecerem.

Atualmente, uma marca representa muito mais do que apenas um nome. Os consumidores estão interessados em saber se a marca de quem eles compram tem valores parecidos com os seus, se certa empresa que produz roupa para mulheres milita a favor do feminismo ou se certa marca de shampoos não testa em animais, tornando o ato de usar uma roupa ser sinônimo a mostrar com o que você compactua. "(O consumidor) sabe que a roupa não é só uma roupa, é um símbolo", explica Aline Marques.





Representatividade na SPFW

Em junho de 2022, na São Paulo Fashion Week, uma das maiores semanas da moda do mundo, celebridades e estilistas mostraram alguns avanços possíveis em inovação e representatividade, como algumas provocações ao binarismo e a presença de modelos trans.

Representatividade na moda é importante como compromisso ético e como forma de promover a auto-estima (foto: Nelson Almeida/AFP - 2/6/22)


A moda inclusiva tem ganhado espaço também no mercado esportivo nos últimos anos. Desde 2018, a empresa Pro Hijab produz em parceria com a Nike hijabs em tecidos esportivos para atletas muçulmanas.

A representatividade na moda é importante como um compromisso ético e como forma de promover a auto-estima. É um passo para abandonar o modelo estereotipado que dominou as passarelas por décadas. Um passo para que todos possam se sentir bem consigo mesmos.



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podcast DiversEM é uma produção quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar além do convencional. Cada episódio é uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar único e apurado de nossos convidados.