O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em junho, mostra que o crime de racismo aumentou no último ano e a população negra é a que mais sofre mortes violentas.
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Conheça o 'FAI', projeto de fotografia de moda no Aglomerado da Serra em BHA representatividade de corpos e cores nos desfiles de modaExecutivo encerra contrato de R$ 1 milhão após ser chamado de 'negão'Pastor evangélico denuncia racismo e intolerância religiosaBusca por 'racismo estrutural' cresce 1.400% nos últimos anos'Exibindo nas Quebradas': projeto leva cinema às periferias de BH 'Encontro' é criticado na estreia por não destacar Manoel SoaresO relatório aponta que a letalidade policial de um modo geral diminuiu, mas a mortalidade de negros se acentuou em 2021. Enquanto a taxa de mortalidade entre vítimas brancas retraiu 30,9% em 2021, a taxa de vítimas negras cresceu em 5,8%. Entre as mortes causadas por ações policiais, 84,1% das vítimas são negras.
Esse aumento pode ser um reflexo da melhoria na qualidade do preenchimento dos boletins de ocorrência das polícias civis, já que, em 2020, 36,4% dos registros não tinham o campo raça/cor/etnia informado e, no ano passado, este percentual caiu para 31,1%.
A discrepância entre pessoas negras e não negras também aparece em outros grupos. Dentro da própria polícia civil e militar 67,7% dos policiais vítimas de mortes violentas são negros, 62% das vítimas de feminicídio são mulheres negras e 67,5% da população carcerária é negra, um aumento de quase 10% comparado com o ano de 2005. Em contrapartida, a população carcerária branca diminuiu em 29%.
Segundo o anuário, apesar da diminuição de 4,4% nos registros de injúria racial, houve um crescimento de 31% nos casos de racismo. Os estados do Pará e de Santa Catarina se destacam nos registros do primeiro tipo, e o estado do Rio Grande do Sul no registro de crimes de racismo.
O documento aponta a hipótese de que o crescimento das denúncias de racismo se dá pelo aumento do debate sobre o tema e o aumento subsequente da esperança das vítimas de terem sua reivindicação por não-discriminação devidamente formalizada e atendida pelos sistemas de segurança pública e justiça.
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