O pastor evangélico Rogério Moreira dos Reis afirma ter sofrido racismo e intolerância religiosa, na ultima terça-feira (05/07), durante discussão entre ele e a dona de uma loja próxima à que possui no Bairro Barro Preto, na Região Centro-sul de Belo Horizonte.
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“Quando a minha esposa passava, essas mulheres simplesmente mexeram com minha esposa, chamando ela de branquela, de folgada e que não aceitavam ela trabalhando aqui. E assim também comigo repetiram reiteradamente a mesma coisa, que eu era pastor do capeta, que eu era negro e muito folgado”, conta.
A Polícia Militar foi acionada. No entanto, Rogério afirma que foi novamente vítima de racismo e intolerância religiosa, uma vez que o policial que atendeu o chamado se recusou a fazer um boletim de ocorrência. Segundo Rogério, o policial teria dito que não gostava de jornalistas e que Rogério deveria resolver seus problemas "orando", e não com a polícia.
Tanto Rogério quanto a dona da loja concorrente foram encaminhados para a delegacia. Rogério conta que, mesmo sem oferecer nenhum risco ou perigo, o policial insistia em desqualifica-lo, e aos deboches disse: “eu sim, vou filmar todo o ‘procedimento padrão’, quero ver o pastor doutor, jornaleco, ficar pelado, fazer os agachamentos e jogá-lo na cela”.
“O boletim de ocorrência está escancaradamente tendencioso. A maioria dos parágrafos da ocorrência trata de mim e da minha ação", afirma. Roegério alega que foi incluído no boletim um vídeo em que ele aparece fazendo ameaças. "É uma inverdade", alega o pastor.
Rogério abriu uma moção de repúdio às ações abusivas, omissões e abuso de autoridade do policial que atendeu ao chamado. Ele pretende ajuizar uma ação criminal e indenizatória, por entender que os atos praticados pelo militar foram ofensivos.
Rogério também é jornalista, diplomata civil humanitário e diretor da JETHRO. Rogério foi apresentador do programa Agenda Minas, da TV Band.
A reportagem entrou em contato com a PMMG no dia 6 de julho e novamente nesta sexta (08/07), mas ainda aguarda um retorno.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz
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