A violência contra as mulheres ainda é muito presente na política, e por isso ações de enfrentamento ainda são necessárias. Pensando nisso que Iza Lourença e Bella Gonçalves (Psol) propuseram o Projeto de Lei 78/2021, que institui o 14 de março como Dia Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política, e será votado nesta terça-feira (12/07).
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Marielle Franco dedicou a carreira política para formar mulheres para ocupar espaços de decisão. Em Belo Horizonte, criou o Ocupa Política para incentivar mais mulheres a entrar para a política.
“Se hoje eu sou vereadora de Belo Horizonte, eu tenho consciência de que isso se deve à luta de Marielle. Então, o que a Marielle fez por todas as mulheres, principalmente as mulheres negras, tem uma importância enorme que é dizer ‘nós precisamos decidir sobre as políticas do nosso país’”, conta Iza.
Violência política conta a mulher
A violência política é motivo para que muitas mulheres acreditem que seu lugar não é na política. O medo se torna uma ferramenta para manter as mulheres fora dessa esfera e sem poder de decisão, por temerem pela própria segurança e de suas famílias. De janeiro a março de 2022, 113 casos de violência política foram catalogados, um aumento de 48,7% em comparação ao trimestre anterior, segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral.
“A violência é muito prejudicial, porque os espaços públicos que os espaços públicos sejam pensados pelos homens e os espaços privados apenas para as mulheres. Quando uma mulher se coloca para estar nos espaços públicos ela sofre tanta violência que desestimula ela a continuar, ou muitas vezes coloca medo mesmo ne? Porque não é fácil receber uma ameaça de morte”, afirma Iza.
Levantamento realizado pela ONU e publicado no documento “Violência Política Contra as Mulheres: Roteiro para Prevenir, Monitorar, Punir e Erradicar” mostra que:
- 82% das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica;
- 45% já sofreram ameaças;
- 25% passaram por violência física no espaço parlamentar;
- 20%, já sofreram assédio sexual;
- 40% das mulheres afirmaram que os ataques atrapalharam sua agenda legislativa
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