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Estado de Minas VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO

Projeto para criação do Dia Marielle Franco será votado em BH nesta terça

Data idealizada pelo Instituto Marielle Franco visa combater a violência contra as mulheres na política


11/07/2022 14:21 - atualizado 11/07/2022 15:14

Iza Lourença e Bella Gonçalves sentadas a mesa
Iza Lourença e Bella Gonçalves, autoras da proporta do Dia Marielle Franco em Belo Horizonte (foto: Abraão Bruck/CMBH)

A violência contra as mulheres ainda é muito presente na política, e por isso ações de enfrentamento ainda são necessárias. Pensando nisso que Iza Lourença e Bella Gonçalves (Psol) propuseram o Projeto de Lei 78/2021, que institui o 14 de março como Dia Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política, e será votado nesta terça-feira (12/07). 
 
Com o objetivo de trazer o debate para Belo Horizonte e sua importância para o fortalecimento da democracia, o projeto de lei faz parte de uma organização nacional da Agenda Marielle Franco, proposta pelo no Instituto Marielle Franco, que possui reconhecimento internacional de combate à violência política de gênero e já foi pautado em diversas cidades do país. Na Câmara de Goiânia, por exemplo, o projeto de autoria da vereadora Aava Santiago (PSDB) foi aprovado em maio deste ano.

“É muito fácil dizer em um discurso que você quer mais mulheres na política, mas se você compactua com violências que as mulheres sofrem, você está expulsando as mulheres do espaço da política. Ter um dia marcado na cidade para poder denunciar essa violência, na minha opinião, é muito importante”, afirma Iza Lourença, vereadora de Belo Horizonte.

Marielle Franco dedicou a carreira política para formar mulheres para ocupar espaços de decisão. Em Belo Horizonte, criou o Ocupa Política para incentivar mais mulheres a entrar para a política.

“Se hoje eu sou vereadora de Belo Horizonte, eu tenho consciência de que isso se deve à luta de Marielle. Então, o que a Marielle fez por todas as mulheres, principalmente as mulheres negras, tem uma importância enorme que é dizer ‘nós precisamos decidir sobre as políticas do nosso país’”, conta Iza.


Violência política conta a mulher

A violência política é motivo para que muitas mulheres acreditem que seu lugar não é na política. O medo se torna uma ferramenta para manter as mulheres fora dessa esfera e sem poder de decisão, por temerem pela própria segurança e de suas famílias. De janeiro a março de 2022, 113 casos de violência política foram catalogados, um aumento de 48,7% em comparação ao trimestre anterior, segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral. 

“A violência é muito prejudicial, porque os espaços públicos que os espaços públicos sejam pensados pelos homens e os espaços privados apenas para as mulheres. Quando uma mulher se coloca para estar nos espaços públicos ela sofre tanta violência que desestimula ela a continuar, ou muitas vezes coloca medo mesmo ne? Porque não é fácil receber uma ameaça de morte”, afirma Iza.

Levantamento realizado pela ONU e publicado no documento “Violência Política Contra as Mulheres: Roteiro para Prevenir, Monitorar, Punir e Erradicar” mostra que: 
  • 82% das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica;
  • 45% já sofreram ameaças;
  • 25% passaram por violência física no espaço parlamentar;
  • 20%, já sofreram assédio sexual;
  • 40% das mulheres afirmaram que os ataques atrapalharam sua agenda legislativa 

  

 

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