Jornal Estado de Minas

DIREITO A PARENTALIDADE

Visa estende licença parental a pais e casais LGBTQIA+


Vem crescendo o debate sobre o papel do homem durante o período de gestação e nos cuidados com o recém-nascido, sendo cada vez mais difundido que as responsabilidades não cabem somente à mulher e que o apoio do pai é fundamental. Seguindo essa linha, a Visa, multinacional no ramo de serviços financeiros, estendeu o seu benefício de licença parental a todos os funcionários.



O tempo mínimo de licença remunerada, de 14 semanas, será o mesmo para todos os funcionários da companhia, qualquer que seja seu país de residência, abrangendo pais e mães biológicos ou adotivos, e também casais LGBTQIA+. Priscila Monaco, head de Recursos Humanos da Visa do Brasil, aponta que essa não é uma demanda única do Brasil ou da América Latina, e por isso a mudança foi realizada em nível global.

“É importante que eles possam de fato usufruir desse momento tão especial para os pais de uma criança, e para a criança também, independentemente de como seja essa constituição familiar”, afirma Priscila.

Antes da implementação da mudança, foram realizados workshops e apresentações sobre o assunto para os colaboradores da empresa durante um ano e meio, trabalhando a conscientização da importância da parentalidade.



“Uma das nossas metas coorporativas é que a gente esteja cada vez mais engajado e focando na real diversidade, e mais do que isso, na inclusão. Não adianta nada a gente ser diverso e se a gente não tem a inclusão como pano de fundo e de uma forma bastante genuína”, aponta Priscila.

Paternidade  

Paulo comemorou o projeto da Visa e reforça a importância de estar junto à família nos primeiros meses de vida da filha Lorena (foto: Arquivo pessoal)


Paulo Romariz, diretor de Comunicação Corporativa da Visa do Brasil, é pai do Benicio, de 3 anos, e da Lorena, de apenas uma semana. Ele conta que, para o nascimento do primeiro filho, guardou as férias para estar em casa com a esposa no primeiro mês de vida do filho e que era muito importante para ele estar presente nesse momento.

“Eu acho que, principalmente nesse começo, é a criação de um vínculo sabe? Sei que é um vínculo que você vai criar a vida inteira, mas acho que é uma experiencia transformadora para o pai, para o homem, de acompanhar isso, entender as fragilidades, entender essa evolução, para mim é crucial”, explica Paulo.




Muito mais do que apenas dividir as tarefas e não sobrecarregar a mãe, o diretor vê a importância de estar ao lado da esposa para mutuamente darem apoio, segurança, construir vínculos e garantir a saúde mental da família. 

Paulo recebeu a notícia da extensão da licença parental no meio da gestação da esposa e comemorou a decisão da empresa. “Existe toda uma dinâmica familiar também, a gente tá em um momento de construção dessa nova dinâmica, chegou uma pessoa nova em casa. É com minha esposa, é com meu filho, comigo... é um momento de muito aprendizado, de construção e a melhor forma de construir isso é estando presente, não daria para eu fazer isso de fora, chegando oito da noite”, conta.

Benefícios para ambos os lados

Muitas empresas não contratam mulheres por verem como prejuízo investir em uma funcionária que em algum momento pode ficar grávida e ter direito a licença remunerada, fato que contribui para a desigualdade de gêneros e a disparidade salarial. 



Priscila acredita que as empresas devem trabalhar o bem estar, a satisfação e a felicidade do funcionário: “Um colaborador que trabalha satisfeito e feliz e se sente de fato valorizado pela companhia, ele traz muito mais receita, eu não consigo ver isso como um prejuízo”.

Para Paulo, é importante trabalhar em uma empresa que está alinhada com os seus valores, assim a companhia tem o retorno de um funcionário muito mais dedicado, comprometido e saudável. “A gente escuta muito essa comunicação de valorize e dedique tempo a sua família. Nesse caso foi uma movimentação de ‘estamos te dando esse tempo’. Me senti acolhido, me senti ouvido”, conta. 

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