Jornal Estado de Minas

PODER DA CULTURA

Quem foi Dona Valdete, fundadora do grupo Meninas de Sinhá

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha tem importância especial para Belo Horizonte. Isso porque dia 25 de julho é também oficialmente o Dia Municipal da Mulher Negra “Dona Valdete da Silva Cordeiro”, em homenagem à ativista política e social que lutou pela cultura da capital mineira e foi  fundadora do Grupo Cultural Meninas de Sinhá.





 

Dona Valdete foi símbolo de luta e resistência da mulher negra. Natural de Barra, na Bahia, veio para a capital mineira ainda criança.

 

Com uma trajetória de resiliência, contribuiu para a melhoria do Alto Vera Cruz, na Região Leste de Belo Horizonte. Faleceu aos 75 anos de idade no dia 14 de janeiro de 2014 e deixou um legado inspirador. 

 

Meninas de Sinhá

 

Sempre que voltava do trabalho, no Centro de Atendimento ao Menor em sua comunidade, Dona Valdete via várias mulheres saindo com sacolas de remédios contra depressão, e isso a incomodou.

 

Em busca de uma forma de combater a depressão dessas mulheres e atender a necessidade de remédios que tinham, ela as convidou para uma conversa informal. Inicialmente compareceram apenas quatro mulheres, mas o grupo foi crescendo até reunir 50 integrantes.





 

 

Foi assim que, em 1996, nasceu o Grupo Cultural Meninas de Sinhá, levando alegria e autoestima para mulheres com mais de 50 anos da região do Alto Vera Cruz. Por meio da música, da dança e das rodas de conversa construiu oportunidades que valorizem a ancestralidade feminina. Até hoje o grupo tem o compromisso de levar alegria e cultura a quem delas necessite.

 

As Meninas de Sinhá já fizeram apresentações em mais de 30 cidades do Brasil, gravaram discos, participaram do Brave Festival em Wroclaw, na Polônia, duas vezes, e realizam oficinas gratuitas para o público idoso, oficinas em Lares de Idosos, palestras e shows em escolas, hospitais, creches e penitenciárias.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata