Mais novo filme da Marvel, "Thor: Amor e Trovão" (2022) foi censurado em vários países por ter um personagem abertamente LGBTQIA+ em sua trama. Tal postura radical já foi adotada em outras ocasiões ao redor do mundo, levando a cortes de cenas ou proibição total da exibição da obra nas salas de cinema.
No quarto filme do Deus do Trovão, Valquíria (Tessa Thompson) expressa interesse por uma mulher, o que levou à suspensão da exibição do filme no Bahrein “a fim de preservar os valores virtuosos da sociedade", segundo o Ministério da Informação do país. O movimento se repetiu no Egito e no Kuwait.
Outros cortes e proibições
A Disney é uma das empresas a terem mais blockbusters barrados nos últimos anos. A gigante do entretenimento se negou a modificar as tramas e cortar cenas de “Eternos” (2021), que mostra um herói gay constituindo família, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” (2022), no qual a personagem América Chavez é filha de um casal lésbico, e “Amor, Sublime Amor” (2021), que possui um personagem trans, para que fossem exibidos em países árabes mais conservadores, como Kuwait e Qatar.
Entre as animações da Pixar, “Lightyear” (2022), spin-off de “Toy Story”, foi alvo de polêmica antes de sua estreia. Funcionários acusaram a Disney de não aprovar roteiros que incluíam personagens LGBTQIA+, em meio à tentativa do governo da Flórida de tentar proibir discussões de gênero e sexualidade nas escolas. Após protestos, o beijo entre duas personagens mulheres foi mantido em “Lightyear”.
O filme que conta a história de Buzz foi barrado em 14 países do Oriente Médio e da Ásia, incluindo Arábia Saudita, Líbano, Kuwait, Egito, Indonésia e Malásia.
“A Disney não vai modificar o material, nós não vamos cortar nada, especialmente algo tão importante como o relacionamento amoroso e inspirador, que mostra a Buzz o que ele está perdendo por causa das escolhas que está fazendo", afirmou Galyn Susman, produtora de “Lightyear”.
Outro braço da Disney, a Lucasfilm também teve um filme censurado. “Star Wars: A Ascensão Skywalker” (2019) teve o primeiro beijo gay da saga cortado de exibições nos Emirados Árabes.
Outro gigante de bilheteria no mundo, "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" (2022), da Warner Bros, teve seis segundos de tela cortados para que pudesse ser exibido na China. Entre os cortes está a cena na qual Alvo Dumbledore confessa para Grindelwald: “Porque eu me apaixonei por você”.
Outros filmes com cenas censuradas no país asiático, no qual a homossexualidade é considerada crime, foram “Bohemian Rhapsody” (2018), “Alien: Covenant” (2017) e “O segredo de Brokeback Mountain” (2006).
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata