Em busca de uma Igreja Católica cada vez mais inclusiva, o papa Francisco enviou uma carta ao sacerdote James Martin, padre jesuíta conhecido por defender a comunidade LGBTQIA+, incentivando-o a continuar seu trabalho. "Encorajo todos vocês a continuar trabalhando na cultura do encontro, que encurta as distâncias e nos enriquece com as diferenças, à maneira de Jesus, que se fez próximo de todos", escreveu Francisco.
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Outras correspondências
Essa é a terceira vez que o padre Martin e o papa Francisco trocam correspondências. A primeira vez foi em julho de 2021, para divulgar o evento "Outreach 2021". Na resposta, o pontífice encorajou Martin a continuar pregando a inclusão, a compaixão e a ternura, e afirma que o sacerdote prega o estilo de Deus, sendo um sacerdote para todos: "Deus está próximo e ama cada um de seus filhos. Seu coração está aberto a todos."Em maio de 2022, padre Martin enviou uma carta a Francisco pedindo ajuda para responder perguntas mais comuns entre católicos LGBTQIA e suas famílias. Novamente, o papa explicou que: "Deus é Pai e não repudia nenhum de seus filhos" e que "o estilo de Deus é proximidade, misericórdia e ternura".
Papa da inclusão
Francisco é o primeiro papa do continente americano e pertencente à ordem jesuíta e a ser eleito chefe da Igreja Católica. Desde o início de seu pontificado, em 2013, Francisco se mostrou aberto à inclusão da comunidade LGBTQIA. A primeira declaração foi em julho de 2013, onde declarou "Se um gay busca Deus, quem sou eu para julgar", durante um voo para Roma. O que levou a uma grande reprovação por parte dos membros mais conservadores da igreja.
Em maio de 2018, o papa disse "Deus te ama assim" a um homem gay eu havia sido vítima de pedofilia no Chile. Em janeiro deste ano, Francisco pediu aos pais que não condenem, mas apoiem seus filhos gays.
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