A mais jovem mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra em uma democracia no mundo, Sanna Marin, de 36 anos, chorou em conferência de seu partido, na quarta-feira (24/08), ao responder às críticas que vêm recebendo por aparecer dançando em vídeo com as amigas e por uma foto de duas influenciadoras de topless se beijando. "Sou humana", afirmou.
Leia Mais
Candidata conquista o direito de usar turbante na foto da urna eletrônicaRelatório mapeia quem são os anticotas do Brasil dez anos depois da Lei'O meu cabelo é bem bonito. É black power e bem pretinho', ensina professorCandidatos negros ficam fora do primeiro debate de presidenciáveis na TVA primeira-ministra já havia pedido desculpas nas entrevistas que concedeu desde que o vídeo e foto se tornaram públicos. Sanna explicou que o vídeo e foto foram feitos, depois de um festival de música. No entanto, o ocorrido dividiu a opinião dos filandeses.
A primeira-ministra tem dito que o vídeo retrata um momento em que estava com amigos. Ainda teve que responder sobre o uso de substâncias entorpecentes. Ela disse que usou álcool, mas não drogas. Ainda teve que se submeter a um exame toxicológico, que deu negativo.
No vídeo, ela aparece dançando com amigas em festa na residência oficial. Também viralizou uma foto em que duas influenciadoras se beijam de topless e segurando uma faixa escrita Finlândia. A festa ocorreu em julho, mas as imagens foram compartilhadas nesta semana.
Machismo
Sanna Marin assumiu o cargo de primeira-ministra em dezembro de 2019, depois de seu antecessor, Antti Rinne, ter sido afastado do cargo em momento de crise no país que enfrentava greves dos trabalhadores. Ela estava à frente de uma coalizão de cinco partidos de esquerda liderados por mulheres.
Em março, a primeira-ministra denunciou o machismo que sofre por chefiar um país. Em entrevista à Vogue britânica, ela pediu que seja julgada por sua condução política do país e não pelo fato de ser mulher. "É claro que eu também tenho sentido que não sou tão boa quanto todo mundo acredita. Mas quando você passa mais tempo na política, trabalhando, voc~e percebe que as pessoas são apenas seres humanos e cada trabalho é do tamanho de uma pessoa", respondeu à publicação.
Sanna destacou que em toda a carreira política enfrentou a misoginia. "Em todas as posições que eu estive, meu gênero sempre foi o ponto de partida - já que sou uma mulher jovem", disse. Ela ainda reforçou que espera que um dia a questão de gênero não seja determinante na avaliação. "Quero fazer o melhor trabalho possível. Não sou melhor nem pior do que um homem de meia-idade", afirmou a jovem.