Jornal Estado de Minas

VIOLA DAVIS NO BRASIL

Viola Davis encontra cineasta mineiro, e cai no samba na Mangueira


O cineasta mineiro Gabriel Martins, diretor de "Marte Um", foi um dos artistas negros que recepcionou Viola Davis, em visita ao Brasil para divulgação de seu mais novo filme, “A Mulher Rei”. A atriz norte-americana, no domingo (18/09), visitou pontos turísticos do Rio de Janeiro. Também foi recebida por Tais Araújo e Lázaro Ramos para um jantar com artistas negros de diversas áreas.






Viola e o marido, Julius Tennon, que atua como produtor associado do longa, também se encontraram com as atrizes Léa Garcia e Zezé Motta, os cantores Iza e Seu Jorge e a escritora Djamila Ribeiro.

 
Viola Davis e o marido, Julius Tennon, compareceram a um jantar oferecido pelos atores Tais Araújo e Lázaro Ramos, com a participação de diversas personalidades negras (foto: Reprodução/Instagram)
“Marte Um” foi produzido na cidade de Contagem e escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para disputar uma vaga no Oscar 2023 na categoria de Melhor Filme Internacional.
 
O longa “A Mulher Rei” conta a história de Nanisca, vivida por Viola, como comandante das Ahosi, unidade militar composta apenas por mulheres do reino de Daomé, atual Benin, durante conflitos com colonizadores e tribos rivais.




 
No primeiro fim de semana em cartaz nos Estados Unidos, a obra já arrecadou U$ 19 milhões em bilheteria, superando as expectativas da Sony em arrecadar U$ 12 milhões. 



“Ah Brasil!! Esta noite!! Esses brilhantes artistas pretos e pardos. Meu coração e minha mente estão tão cheios de suas ideias, sua visão, sua autenticidade e amor. Isso me fez lembrar porquê eu amo ser um artista. Viva Brasil!”, escreveu Viola em uma publicação no Instagram com o registro do jantar.

Visita histórica

Na primeira visita ao Brasil, Viola e Julius visitaram o Cais do Valongo, um dos maiores pontos de entrada de africanos escravizados nas américas e Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. No Cais, a atriz visitou o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), para conferir a exposição "O impacto da mulher na cultura afro-brasileira", que conta com fotos, figurinos originais e modelos usados pela equipe de direção de arte de "A Mulher Rei". 



Em entrevista concedida ao Fantástico, Viola afirmou a importância do Brasil para a narrativa do filme que protagoniza. “O Brasil e os portugueses são uma parte importante do filme. Doze milhões de escravos vieram da África Ocidental para o Brasil, o Caribe e o Sul dos Estados Unidos. O que eu sinto é essa conexão entre todos nós, entre as pessoas pretas. Nós estamos a apenas um porto de separação. Existe essa impressão de que somos distantes, mas, na realidade, não somos”, afirmou Viola para Maju Coutinho.



O filme traz menções ao Brasil e a Portugal, uma vez que o reino de Daomé era um grande polo de captação de escravizados africanos para as colônias. Fazem parte da trama um personagem português e outro brasileiro, interpretados pelos britânicos Hero Fiennes Tiffin e Jordan Bolger.

Caindo no samba

Viola também aproveitou a passagem pelo Rio para visitar o no barracão da Estação Primeira de Mangueira, onde assistiu a um ensaio-show, se jogou no ritmo brasileiro a até se arriscou no tamborim e Julius no samba. 

“Foi uma honra apresentarmos a essa grande artista um pouco do maior espetáculo da Terra. Ela visitou o Barracão da Mangueira e conheceu o trabalho realizado por uma escola na criação de um desfile e, por fim, um super show da Estação Primeira e seus segmentos. Que honra!”, escreveu a escola em sua página no Instagram.



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