Jornal Estado de Minas

RACISMO

Thelminha divulga primeira retratação por ter sido chamada de "mucama"


A médica Thelma Assis, a Thelminha do BBB20, usou sua conta no Instagram para divulgar que, depois de três anos, recebeu a primeira mensagem de retratação de Rodrigo Pinho, compositor da Mangueira, por ter  a chamado de “mucama”. “Aos meus seguidores…Lembram quando fui chamada de mucama? Após quase 3 anos, segue a primeira retratação”, escreveu Thelma.





Rodrigo inicia a retratação afirmando que a postagem foi um ato impensado feito em um momento que não concordou com uma atitude de Thelma dentro do BBB. “Fiquei ciente do cunho discriminatório de minha manifestação, e,  tão logo fui procurado para me retratar desse lamentável engano, me coloquei à disposição. Então, por meio desse post, quero fazer um pedido sincero de desculpas, por meu comentário, retirando qualquer palavra ofensiva”, escreveu.

Mensagem de Rodrigo Pinho divulgado nos Stories de Thelma, no Instagram (foto: Reprodução/Instagram)


O compositor segue dizendo que é bom pensar antes de falar ou escrever qualquer comentário. Ele reconhece que a colocou em uma posição inferior ao chamá-la de mucama.
 
Thelma aproveitou a oportunidade para divulgar também que foi negociado com rodrigo a doação de cestas básicas para a ONG Criola, que atua na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras.




Relembre o caso

Em abril de 2020, na reta final do BBB20, Thelma escolheu votar em Babu Santana e colocá-lo n no paredão, salvando Rafa Kalimann. A decisão da médica gerou revolta em Guanayra Firmino, vice-presidente Mangueira. “Thelma safada! Mucama filha da puta”, escreveu em um post no Facebook.

Logo depois, Rodrigo Pinho, ele também criticou a médica, publicando o significado da palavra “mucama”. “Em tempos que o BBB volta a forçar um diálogo nessa quarentena! Vivenciamos uma decepção! Fora Thelma”, escreveu. Nos comentários dessa postagem, Guanayra respondeu: “Mucama safada, cheia de sinhazinhas”.

Após a repercussão da fala pela internet e as críticas apontando o ato de racismo, Guanayra se defendeu afirmando que o que postava em sua página do Facebook pessoal era em seu nome, e não como vice-presidente da Mangueira. 



Em entrevista ao jornal Extra na época, Guanayra disse que a postagem retrata sua indignação pelo preconceito estrutural do Brasil. “Quero deixar bem claro que a minha postura veio da indignação que sinto contra preconceitos de qualquer natureza e que a minha postagem foi assinada em meu perfil pessoal, inclusive fechada para meus amigos, não representando qualquer opinião/posicionamento da Estação Primeira de Mangueira ou como membro da diretoria da escola”, declarou.

A Mangueira, por sua vez, fez uma declaração afirmando que a escola de samba foi e sempre será contra toda e qualquer forma de racismo.

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