Depois de dois anos suspensa devido à pandemia de COVID-19, a 23ª Parada do Orgulho LGBT será realizada no domingo (06/11) na Praça da Estação em Belo Horizonte. O evento terá cerca de 40 atrações artísticas com a apresentação das drag queens Justiny Chosen, coordenadora artística e cultural da Parada, Penélope Fontada, Nayla Brizard, Paola Venturine e Carlinhos Brasil. Os organizadores esperam um público de 150 mil pessoas.
A concentração começará às 11h de domingo na Praça da Estação, onde estão previstas diversas apresentações artísticas. Por volta das 16h, a parada segue para Praça Raul Soares. Os manifestantes saem da Praça da Estação seguem pela Rua da Bahia, Avenida Amazonas e Praça Raul Soares.
O evento marca os 20 anos do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), idealizador da Parada LGBT. O tema será "Cellos-MG 20 anos: orgulho de ser. Resistir para vencer". O tradutor e intérprete de Libras e vice-presidente do Cellos Gilberth Santos ressalta que a Parada LGBT é um manifestação política, embora tenha a estrutura de um evento artístico.
A última edição da Parada do Orgulho LGBT foi realizada em Belo Horizonte em 2019, com recorde de público, cerca de 250 mil pessoas. A manifestação contou a presença do então prefeito Alexandre Kalil, que se apresentou favorável aos direitos de pessoas LGBT. "Primeiro, (digam mais) 'não sei', porque isso é libertador. Depois, virem para quem está ao seu lado e diga 'eu te amo'. E terceiro: 'F...-se' os que pensam o contrário. F...-se eles todos", apresentou três conselhos o então prefeito.
Coordenador artístico do evento, Gilberth lembrou que todos os artistas convidados são de Belo Horizonte e Região Metropolitana de BH. A programação foi montada tendo como base a diversidade, com a escalação de artistas gays, lésbicas, pessoas trans, travestis, de todas as etnias. Gilberth destaca que a opção é que a parada seja realizada durante o dia para dar visibilidade à luta do movimento LGBT.
"É uma manifestação política em que reafirmamos o orgulho de ser e de resistir. A comunidade sofre no dia a dia várias formas de precnceito, como a dificuldade de empregabilidade de mulher e homem trans, por exemplo", pontua.
Gilberth reafirma que é preciso avançar na criação de leis que protejam à comunidade, uma vez que os direitos foram garantidos por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e não por leis aprovadas nas casas legislativas. "O direito à união civil, adoção, doação de sangue não estão na legislação. Tudo foi por determinação do Supremo", avalia.
A manifestão é momento em que a comunidade reforça a necessidade de direitos que possam protegê-los como cidadãos de acordo com o que prevê a Constituição Federal. "Existimos, resistimos e queremos políticas que aceitem a nossa existência", afirma.
A referência para a realização das paradas LGBT é o movimento de Stonewall. Um protesto ocorrido no bar Stonewall Inn em Nova York, nos EUA, em 28 de junho de 1969, é considerado o marco do movimento de liberação gay e o momento em que o ativismo pelos direitos LGBT ganha o debate público e as ruas. "Nossa referência é Stonewall, quando fizeram uma ocupação pela reivindicação de direitos. Os gays eram proibidos de ocupar bares",diz Gilberth.
Apoio institucional
O Cellos-MG destacou que o evento está sendo realizado em parceria com a Belotur e com os órgãos de segurança do estado. "Será um movimento tranquilo e seguro. Estamos trabalhando com o aparato de segurança para que a manifestação ocorra com toda a segurança. Todos os órgãos de segurança estão envolvidos, PMMG, Guarda Municipal, entre outros", garante Gilberth.
Homenagem
Os organizadores fazem uma homenagem às ativistas Anyky Lima e Rhanny Mercês, que faleceram recentemente. Anyky morreu em 14 de abril de 2021, vítima de um câncer. Ela nasceu no Rio de Janeiro, mas exerceu parte da militância em Belo Horizonte. Atuou em várias frentes de defesa aos direitos de pessoas LGBTQIA. Foi presidente do Cellos-MG e representante de Minas na Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O ambulatório de tratamento de pessoas trans foi homenageado com o nome de Anyky. Rhanny era ativista na perferia. Também era atriz e cantora. Faleceu vítima da COVID-19.
Atrações
- Absurda,
- Evellyn Loren,
- Amanda Parllatory,
- Angel San,
- Aysla Pirv,
- Becky,
- Dança Pose,
- DJ Eloá Procópio,
- DJ WLouis,
- DJ Marcelo Loop,
- Eleganza,
- Gabe freitas,
- Gabriel Fernadez e Angels Heels,
- Jéssica Teles,
- Joana,
- Kharen Moore,
- Loo-pez,
- Mellody Queen,
- Nathally Melnick,
- Richard Santos,
- Nickary Aycker,
- Nega Jackie,
- Paola Venturyni,
- Power Dance,
- Priscylla Klum,
- Rafael Ventura,
- Samba do Queixinho,
- Safira e Polaris,
- Skato,
- Spencer Belucci,
- Sthephanny di Monaco,
- Suburbia Freedon,
- Thawanny Spancer,
- Wandera Jones,
- Well Esteves