Jornal Estado de Minas

CARTILHA ANTIRRACISTA

Veja 40 expressões racistas que o TSE sugere banir do vocabulário

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizou em sua biblioteca digital uma cartilha com orientações para abolir ou substituir expressões com origem racista do vocabulário nacional. O material foi oficialmente lançado em 30 de novembro durante o Encontro Democracia e Consciência Antirracista na Justiça Eleitoral.





A cartilha é uma iniciativa da Comissão de Promoção de Igualdade Racial, coordenada pelo corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves, e pode ser acessada gratuitamente no site do TSE.

Com tom didático, o documento intitulado “Expressões racistas: como evitá-las” elenca 40 termos e frases (veja lista ao fim da matéria) que carregam um histórico de discriminação racial, explicando as origens da cada um deles e por que eles devem ser substituídos.

A cartilha reúne expressões que têm origem no período escravagista do Brasil, frases com teor derrogatório a religiões de matriz africana e verbos, como é o caso de ‘denegrir’, que faz uma associação de pessoas negras à uma situação ruim.




 
“O uso da expressão confirma o viés preconceituoso também quando se verifica que aquilo que foi “denegrido” precisa ser limpo, corrigido, “esclarecido”. Trata-se de mais um termo que deve ser abandonado, por trazer embutida uma carga racista muito forte, que pode ser trocada por “difamar” ou “caluniar”, por exemplo”, aponta o documento.

‘Meia tigela’ ou ‘de meia-tigela’ é um exemplo de expressão que carrega significados oriundos do período escravagista. Conforme apontado na cartilha, a frase utilizada para caracterizar algo de qualidade inferior pode ter origem na distribuição de alimentos às pessoas escravizadas, que receberiam menos comida como punição caso seu trabalho fosse considerado insuficiente.

A cartilha pode ganhar novas edições com uma ampliação da lista de expressões de cunho racista. Para sugerir novos termos, é possível entrar em contato com a comissão responsável no TSE através do e-mail nid@tse.jus.br.





Veja abaixo as expressões que devem ser abolidas. Todas as explicações, origens dos termos e sugestões de substituição estão disponíveis na cartilha.

  • A coisa tá preta
  • Barriga suja
  • Boçal
  • Cabelo ruim
  • Chuta que é macumba!
  • Cor de pele
  • Criado-mudo
  • Crioulo
  • Da cor do pecado
  • Denegrir 
  • Dia de branco
  • Disputar a negra
  • Esclarecer
  • Escravo 
  • Estampa étnica
  • Feito nas coxas
  • Galinha de macumba
  • Humor negro
  • Inhaca
  • Inveja branca
  • Lista negra
  • Macumbeiro
  • Magia negra 
  • Meia-tigela / de meia-tigela
  • Mercado negro
  • Mulata
  • Mulata tipo exportação 
  • Não sou tuas negas!
  • Nasceu com um pé na cozinha
  • Nega maluca
  • Negra com traços finos 
  • Negra de beleza exótica
  • Negro de alma branca
  • Ovelha negra
  • Preto de alma branca
  • Quando não está preso está armado
  • Samba do crioulo doido
  • Serviço de preto
  • Teta de nega
  • Volta pro mar, oferenda!