O termo ‘eugenia’ ficou entre os assuntos mais comentados desta quarta-feira (14/12) com a apresentação do projeto que promete ser a primeira instalação de úteros artificiais do mundo e permitiria que os pais escolhessem as características dos bebês em uma espécie de "menu".
A criação de filhos "perfeitos" foi o que gerou a comparação com o movimento eugenista. "Estamos a um passo da eugenia e uma nova relação entre clases", escreveu um perfil no Twitter.
A ideia para a criação do EctoLife é do biotecnólogo e comunicador científico alemão Hashem al-Ghaili. Com mais de 50 anos de pesquisas, o complexo é capaz de gerar 30 mil bebês por ano e pode ser uma forma de enfrentar a crise de infertilidade.
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Segundo Hashem Al-Ghaili, as instalações permitiriam que casais inférteis concebessem um bebê e se tornassem os verdadeiros pais biológicos da criança. Também é uma solução para mulheres que tiveram o útero removido devido a doenças.
Durante o processo de fecundação, todas as características da criança poderiam ser escolhidas, desde a cor dos olhos e cabelos até a força, altura e inteligência. Além disso, segundo Al-Ghaili, doenças genéticas hereditárias poderiam ser evitadas.
Nas redes sociais, a principal crítica aponta que o projeto pode ser uma tentativa de “eugenização” da sociedade. “Nada mais e nada menos que eugenia”, opinou um usuário.
EctoLife, primeira instalação de úteros artificiais do mundo, permite que pais escolham características do bebê: da cor dos olhos até altura.
%u2014 Historiador Libertário (@habinsur) December 14, 2022
O criador diz que a tecnologia já está disponível e apenas restrições éticas estão impedindo a implementação...
Eu chamo de Eugenia... pic.twitter.com/EXfJtS1JUa
Criado na Inglaterra em 1883, o termo significa "bem nascido" e tem o objetivo de “melhorar” a qualidade genética da população.
Apesar das crenças científicas, o eugenismo é um movimento social que defende a reprodução entre seres humanos com “boas características" e a exclusão dos "indesejados”, como pessoas com doenças físicas, mentais e mobilidade reduzida.
A eugenia foi usado por nazistas para justificar a mortes de judeus durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.
Críticos apontam que a teoria social tem fundamentos capacitistas e racistas, já que define ser humanos como 'superiores' e 'inferiores'.
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Internet
O controle genético dos pais sobre os filhos no projeto EctoLife gerou comparações do projeto com o movimento eugenista. Um perfil definiu a eugenia como "consequência óbvia” da ideia do cientista alemão.
“A gente vive num mundo em que cada vez mais supremacista branco tem obsessão com reprodução e filhos “perfeitos” (o que é obviamente Eugenia). Isso vai virar o projeto lebensborn 2.0 (um programa nazista de aumento de natalidade de crianças “arianas” na segunda guerra mundial)”, frisou outro usuário no Twitter.
eugenia não é intrinsecamente ruim, sobretudo se empregada para reduzir incidência de doenças graves e má-formações congenitas. É ruim se for usada para eliminar pessoas nascidas indesejáveis ou praticar purificação racial. %uD83E%uDD21 https://t.co/GXidRHVkQZ
%u2014 Despot (@advocatboy) December 14, 2022
Se vc puder evitar que seu filho tenha tendências a nascer com doenças hereditárias é algo bacana
%u2014 MuitoHumilde Fechado Com Lionel Messi %u2764%uFE0F%uD83D%uDC10 (@muitohumildee) December 14, 2022
Agora escolher característica física me parece bizarro
A ciência tornando a gestação algo obsoleto. Estamos a um passo da eugenia e uma nova relação entre clases. Quem pode e quem não pode? Fascinante e assustador. pic.twitter.com/VcgVFGSbRU
%u2014 C. Vicente%uD83D%uDEA9%uD83C%uDDE7%uD83C%uDDF7 (@CleberVG) December 13, 2022
EctoLife, primeira instalação de úteros artificiais do mundo, permite que pais escolham características do bebê: da cor dos olhos até altura.
%u2014 Historiador Libertário (@habinsur) December 14, 2022
O criador diz que a tecnologia já está disponível e apenas restrições éticas estão impedindo a implementação...
Eu chamo de Eugenia... pic.twitter.com/EXfJtS1JUa