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Estado de Minas REALITY SHOW

'Casamento às cegas' traz diversidade e expõe gordofobia

Com participantes mais diversos, reality expõe discussões sobre padrões estéticos e machismo


12/01/2023 12:16 - atualizado 12/01/2023 12:59

Amanda, uma mulher gorda, usando lingerie e blazer
Paulo desistiu de casamento com Amanda em reality show quando a viu pela primeira vez (foto: Reprodução/Netflix)


Os últimos episódios do reality “Casamento às Cegas” foram ao ar nesta quarta-feira (11/01) pela Netflix e mostrou os desfechos dos casais que seguiram até o altar.  Com mais diversidade entre os participantes, principalmente entre as mulhers que fugiram ao padrão, a temporada trouxe debates sobre gordofobia e machismo. 

Diferentemente da temporada de estreia, a diretora Cássia Dian trouxe mais “brasilidade” e diversidade de corpos na segunda temporada de “Casamento às Cegas”. Pode-se observar a presença de diversos tons de pele, assim como a presença de uma mulher gorda, a consultora de imagem Amanda Souza, de 35 anos.

Gordofobia 

Amanda viveu um episódio de gordofobia durante o programa. O especialista em recursos humanos Paulo Simi se interessou por Amanda e pela médica Bruna Ferreira durante a primeira fase do programa, quando os participantes não se veem. Entretanto, Bruna desistiu do programa e pediu a Paulo que desistisse também, por acreditar que a história dos dois deveria ser vivida fora das câmeras e dos holofotes.



Paulo então decidiu continuar no reality e investir em Amanda, se dizendo apaixonado por ela. Tudo mudou quando se viram pela primeira vez, assim que encontrou a consultora de imagem, o participante desistiu do pedido de casamento, justificando que ela seria “forte demais”. A justificativa foi interpretada pelos espectadores como gordofobia e gerou críticas.

“Ela não é nada parecida com o que já lidei na minha vida. Ela é forte. É maravilhosa. Não sei se eu consigo aguentar”, justificou Paulo. “Uma mulher tão forte assim do seu lado. Talvez, eu não seja o homem forte que ela queira ter ao seu lado ou que ela mereça estar do lado. Eu não vou casar”, completou. 

Amanda afirmou que não se arrepende de ter participado do Casamento às cegas, uma vez que estar em um programa de alcance nacional ajuda a dar visibilidade para outras mulheres gordas. 

"A autoestima de outras mulheres gordas é importante para mim. Toda vez que meu corpo puder ocupar um espaço, eu farei. Claro que dói. É um gatilho para muitas e para mim também. Imagina quantas vezes eu já não vivi isso? Tenho encontros e acontece o tempo todo”, contou Amanda ao portal Splash.

Algum tempo depois, Paulo engatou um romance com Bruna e, depois de  dois meses de relacionamento, estão morando juntos. O especialista em recursos humanos chegou a elogiar a militância e força da médica.

Machismo em pauta

A participante Thamara Térez conquistou o interesse de vários participantes, e Thiago Andreotti se sentiu incomodado com o fato.

 “Você foi uma das pessoas que eu mais gostei. Chegando lá (no lounge), geral falou de você. A gente até brincou, né, ‘pô, a Thamara é golpe, hein? Tá apaixonando geral'”, comentou Thiago com Thamara na cabine.

Alisson Hentges e Akin Santos, que participaram da discussão com Thiago, apontaram o julgamento do rapaz e defenderam Thamara. Thiago seguiu argumentando que todos ali julgam e são julgados e Akin afirmou que a atitude era machista.

"Não, acho que é reprodução, tá ligado? As pessoas não concordam, logicamente, porque é muito mais difícil você se reconhecer como algo que você acha que não é”, disse Akin. “Eu imagino que tenha sido um inconsciente coletivo trazendo pontos machistas dentro desse debate amplo sobre uma pessoa”, completou.

E os casais LGBTQIA+?

Apesar da maior diversidade na segunda edição, a comunidade LGBTQIA questiona a falta de casais fora do padrão heteronormativo. Entretanto, a diretora Cassia Dian explica que seria necessário mudar toda a dinâmica do programa, uma vez que os casais só podem se ver na segunda fase do programa e a convivência no lounge é separada por gênero.

“Há uma dinâmica e um formato que precisam ser adaptados para receber casais que não sejam heterossexuais”, explicou Cássia ao Estado de S. Paulo. “A premissa é que os casais não se vejam no início, mas temos os lounges. Então, as pessoas do mesmo sexo não poderiam ficar juntas e conviver no mesmo ambiente”, completa.

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