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Estado de Minas ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

Após números preocupantes, Uberaba inaugura atendimento LGBTQIAP+

O novo atendimento especializado, inicialmente, contará com uma equipe multiprofissional com dois psicólogos, psiquiatra, clinico geral e enfermeiro


12/01/2023 21:21 - atualizado 12/01/2023 23:11

Bandeira da comunidade LGBTQIAP+
Durante todo o segundo semestre do ano passado, Uberaba realizou o seu primeiro mapeamento e diagnóstico situacional da sua população LGBTQIAP+ (foto: Creative/Commons/Divulgação)
Após números preocupantes relacionados à saúde do público LGBTQIAP+ de Uberaba, no Triângulo Mineiro, a prefeitura da cidade vai começar a oferecer atendimentos especializados para a comunidade, ainda neste mês de janeiro, no Centro de Atenção Integrada em Saúde (Cais), no bairro Abadia.
 
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, o serviço, que funcionará das 7 às 17h, contará, com uma equipe multiprofissional (inicialmente com um coordenador, dois psicólogos, psiquiatra, clinico geral e enfermeiro) que será responsável por um acolhimento inicial, sendo que depois será feito o direcionamento necessário.
 
 
De acordo com coordenadora de Políticas LGBT+ de Uberaba,  Lucimira Reis, na próxima segunda-feira (16/1) acontecerá uma reunião para definir os últimos detalhes da inauguração do novo espaço, que contará com cinco cômodos.
 
“Para divulgarmos a data correta do início das atividades do novo espaço falta apenas finalizarmos alguns detalhes burocráticos como a confecção da placa e a data que a prefeita estará disponível; e assim marcamos a solenidade, que com certeza acontece ainda nesse mês”, assegurou.
 
Ainda conforme Lucimira Reis, atualmente, de cerca de 340 mil habitantes de Uberaba estima-se que há em torno de 15 mil pessoas que fazem parte da comunidade LGBT+.

Números preocupantes

Conforme dados finais do  1º Mapeamento LGBTQIAP+ de Uberaba, que foi iniciado no começo de agosto do ano passado, os números relacionados à saúde do público LGBTQIAP+ de Uberaba são preocupantes.
 
“Com relação às repostas relacionadas às perguntas sobre a falta de atendimentos especializados, 68,2% disseram que sentem falta em atendimento em saúde mental, 40,7% em atendimento ginecológico e urológico, 39,6% em atendimento em prevenção e tratamento a DST/AIDS e 28% sentem falta de um ambulatório hospital especializado no processo transexualizador”, contou Reis sobre resultados da pesquisa. Ela ressaltou outros preocupantes dados da comunidade: “Trans e travestis que não são atendidas por urologistas: 83,8%, sendo gay, lésbica, bi, pansexual , assexual e 28% não conseguem fazer os exames que precisam pelo SUS”, complementou.
 
Além disso, outros números preocupantes do 1º Mapeamento LGBTQIAP+ de Uberaba, são: cerca de 90% desse público já sentiu sintomas de depressão; 96%, sintomas de ansiedade; 67,7%, ataques de pânico, 22% disseram que já se automutilaram; 56% já tiveram ideias suicidas; 25%, tentaram se matar; 52%, uso abusivo de álcool ou drogas e 44% realizam tratamento com psiquiatria ou psicólogo.
 
Para a jornalista Ana Paula Neves dos Santos, casada com a também jornalista Pituca Ferreira há 16 anos, esse atendimento especializado será muito importante para a população LGBTQIA+ de Uberaba.
 
“Será um espaço de acolhimento, com equipe multiprofissional capacitada para receber e dar assistência sem preconceito. Uma equipe que entenderá e respeitará o gênero e a sexualidade de cada indivíduo. E é esse o caminho para que a comunidade LGBTQIA+ tenha acesso digno à saúde pública”, destacou.


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