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Estado de Minas PODCAST

A importância da representatividade no audiovisual infantil

Conversamos com a diretora da SPcine e a presidente da Midiativa sobre como o cinema e as animações podem contribuir com a formação da diversidade das crianças


06/02/2023 09:00 - atualizado 06/02/2023 09:38


O audiovisual como meio de influência durante a infância é uma discussão que envolve pais, educadores e especialistas de outras áreas. Daí a importância de questionar quão representativos são os personagens e ambientes presentes nas produções e quais mensagens eles transmitem para as crianças.

A divulgação do trailer do novo live motion da Disney “Pequena Sereia”, que será lançado em maio de 2023, provocou debates, pois a personagem ficcional - originalmente desenhada com pele branca e cabelos ruivos - será representada pela atriz Halle Bailey.
 
Lyara Oliveira, diretora de inovação da SPcine, explica que algumas pessoas brancas sentem que ao colocarem Halle para interpretar a sereia foi tirado delas uma das muitas princesas que as representavam. Para as minorias, esse problema é constante, afinal, raramente são representadas nas telas. 
 
“Realmente na minha época tinham pouquíssimos conteúdos onde aparecem crianças negras, poucos conteúdos também que tinham uma sensibilidade de lidar com essa questão racial. Eu realmente não sei como que eu sobrevivi e consegui criar uma autoimagem a partir de tudo aquilo que eu consumia”, explica a diretora da SPcine, empresa de cinema e audiovisual de São Paulo e que atua no desenvolvimento dos setores de cinema, TV, games e novas mídias.
 
Além disso, o processo de embranquecimento sempre esteve presente, até mesmo quando pessoas reais eram representadas no audiovisual. Um exemplo é o da rainha Cleópatra, uma mulher egípcia várias vezes interpretada por atrizes brancas.


Leia também: Meninas se emocionam ao ver Pequena Sereia negra

Quebra de estereótipos 

Nos últimos anos, grandes produtoras de filmes e de animações começaram a se preocupar mais com a quebra de estereótipos, antes muito recorrentes em histórias de fantasias para o público infantojuvenil, como o da “princesa indefesa” e dos "heróis musculosos”. 
 
O curta animado “Reflexo”, lançado em 2022 pela Pixar e Disney, é um exemplo. A história traz como protagonista a bailarina Bianca, uma menina gorda que sofre com distúrbios de imagem, e faz o público refletir sobre o tema. 

A personagem Bianca está praticando balé enquanto se olha no espelho
Bianca é a primeira protagonista gorda da Disney (foto: Disney/Reprodução)

Moldando o imaginário

A diversidade nas telas para as crianças, além de trazer representatividade e ajudar na construção da autoimagem e autoestima, é importante para que elas “conheçam outros quintais”, como explica Beth Carmona, presidente do Midiativa, Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes.

“Sem dúvidas é importante reconhecer-se nas telas, reconhecer o seu entorno, reconhecer o seu quintal, mas é também tão importante quanto conhecer e reconhecer o outro. Isso também faz parte de uma formação plena.”

Confira a íntegra dessa nossa conversa com a Lyara Oliveira e a Beth Carmona neste 20º episódio do podcast DiversEM.

Ouça e acompanhe as edições do podcast DiversEM




podcast DiversEM é uma produção quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar além do convencional. Cada episódio é uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar único e apurado de nossos convidados.




*Estagiária sob a supervisão do subeditor Rafael Alves


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