Metade dos brasileiros acha que a luta por direitos igualitários entre homens e mulheres já foi longe demais. A informação está em uma pesquisa sobre igualdade de gênero no mundo realizada pelo Instituto Ipsos na semana do Dia Internacional das Mulheres.
O número representa um retrocesso na percepção dos brasileiros em relação à igualdade de gênero. Em 2019, 37% haviam respondido que a luta por equidade de gênero havia ido longe demais, e em 2022, apenas 25% concordaram com a afirmação.
A pesquisa "International Women's Day", realizada em parceria com o Global Institute for Women's Leadership do King's College London, contou com a participação de 22.508 entrevistados entre 16 anos e 74 anos distribuidos em 32 países, dentre eles, mil brasileiros. A Ipsos esclarece que a amostra do Brasil é mais urbana, mais educada e/ou mais rica do que a população geral, representando opiniões do segmento mais “conectado” de sua população.
“Menos homem”
A pesquisa também revelou que quase um terço dos brasileiros (28%) acredita que um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é menos homem. Na mesma linha, 45% dos brasileiros concordam com a frase “Nós fomos tão longe na promoção de igualdade de gênero que passamos a discriminar homens”.
Sobre as experiências pessoais dos entrevistados, 36% dos brasileiros afirmaram que já ouviram um amigo ou familiar fazer um comentário sexista e 21% já presenciaram alguém assediar sexualmente uma mulher. Entretanto, apenas 27% se posicionaram contra os comentários sexistas e 14% reagiram ao ver uma mulher sendo assediada.
Perspectivas
Apesar disso, a mesma pesquisa mostra que 78% da população brasileira acredita que existe desigualdade de gênero em termos sociais, políticos e/ou direitos econômicos no país. O Brasil foi o terceiro país que mais concordou que existe desigualdade em seu território, atrás apenas da Índia e da África do Sul.
Ao abordar as perspectivas de mudança, sete em cada dez brasileiros acreditam que as mulheres apenas alcançarão a igualdade de gênero se os homens também se engajarem para promovê-la. E 74% acreditam que suas ações podem ajudar a promover a igualdade de gênero no país. Além disso, mais da metade dos entrevistados (56%), acreditam que as jovens mulheres de hoje terão um futuro melhor no Brasil.
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