Brendan Fraser ganhou o Oscar de Melhor Ator em Papel Principal, neste domingo (13/3), e se tornou o sexto homem hétero a conquistar a estatueta por interpretar um personagem gay. A nomeação se deu por sua atuação em “A Baleia”, filme que marcou seu retorno aos cinemas após dez anos longe de Hollywood.
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Invisibilidade em Hollywood
A conquista de Fraser marca mais um ano de invisibilidade dos atores gays na premiação. Em 2016, o ator Ian Mckellen, indicado duas vezes ao Oscar, escreveu um artigo para o jornal britânico “The Guardian” sobre como a homofobia é um problema tão grande quanto o racismo em Hollywood, uma vez que nenhum ator abertamente gay ganhou um Oscar de Melhor Ator.
Ian foi indicado a melhor ator por “Deuses e Monstros” (1999) e como melhor Ator Coadjuvante por Gandalf em “Senhor dos Anéis - A sociedade do Anel” (2001). “Meu discurso foi em dois paletós… 'Tenho orgulho de ser o primeiro homem abertamente gay a ganhar o Oscar.' Tive que colocá-lo de volta no bolso duas vezes”, declarou McKellen ao “The Guardian”.
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A afirmação de McKellen segue sendo verdade oito anos depois de sua publicação. Das 13 indicações de atores gays para a categoria, apenas ele, Paul Winfield e Nigel Hawthorne, já haviam falado sobre sua sexualidade quando foram indicados e não levaram a estatueta. Nas demais indicações, os atores apenas se assumiram anos depois. Um exemplo é Marlon Brando, com cinco indicações e dois Oscar, por “On the Waterfront” (1954) e “O Poderoso Chefão” (1972), mas só assumiu ter relações com outros homens em 1976.
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