Uma pesquisa revelou que 78% da população trans dos Estados Unidos se sente mais feliz por ter feito a transição. A pesquisa, realizada pelo jornal Washington Post e pela Kaiser Family Foundation, também abordou diversos aspectos da vida, como taxa de empregabilidade, saúde, preconceito, aceitação, entre outros.
A pesquisa, realizada por telefone e online entre os dias 10 de novembro e 1 de dezembro de 2022, teve como foco a comparação entre a população trans e cisgênero. Para isso, foram entrevistados 1338 pessoas, sendo que 515 se identificaram como trans e 823, como cis.
Percepções sobre a infância
A pesquisa tentou compreender como foi a infância das pessoas trans. Foi revelado que 46% dos adultos trans afirmam não ter tido uma infância feliz, maior que a taxa da população em geral, de 19%. Cerca de metade dos entrevistados trans disseram que não se sentiam seguros na escola. Apesar disso, 8 em cada 10 pessoas trans contam que tinham amigos na infância.
Além disso, 69% da população trans afirmou que não se sentia segura em casa, e cerca de um terço foi colocado para fora de casa ou viveu em situação de rua. A pesquisa revelou ainda que 25% deles frequentavam instituições religiosas que tentaram mudar sua identidade de gênero.
Quatro em cada 10 entrevistados trans afirmaram que foram assediados ou se sentiram inseguros no banheiro ou vestiário, 64% foi atacado verbalmente e um quarto foi fisicamente atacado.
Desafios na sociedade
Quando perguntados sobre a vida atual, 63% dos entrevistados trans disseram que sentem o preconceito por conta da sua identidade ou expressão de gênero. 17% revelaram que tiveram atendimento negado por um profissional ou instituição de saúde, e aproximadamente um quinto afirmou que foi demitido ou deixou de ser contratado por ser trans.
Entre os sentimentos abordados, as pessoas trans afirmaram sentir: solidão (45%), depressão (48%) e ansiedade (56%). Esperançosos e felizes foram 29% e 40%, respectivamente.
4 em cada 10 pessoas trans afirmaram que tiveram pensamentos suicidas nos 12 meses que antecederam a pesquisa e 23% fizeram uso de drogas ou álcool em excesso.
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