%uD83D%uDEA8 VEJA: Marca de roupas faz campanha tentando lacrar e acaba gerando polêmica após comparar animais com pessoas. pic.twitter.com/ly4ybYeeQV
%u2014 POPTime (@siteptbr) April 14, 2023
Oito anos depois que a marca de roupas Reserva lançou a campanha “faça como os animais, não julgue”, a empresa está sendo “cancelada nas redes sociais”. As imagens do panfleto da campanha caíram na internet nessa sexta-feira (14/4) e perfis apontam que o conceito ofende as minorias sociais.
A campanha tinha o objetivo de combater o preconceito e, para isso, comparava pessoas com animais. Por exemplo, um homem gordo era comparado a uma baleia, uma mulher a uma galinha, um negro a um macaco e um homem gay a um veado. Na época do lançamento, a publicidade foi alvo de críticas nas redes sociais, mas o artista por trás do conceito explicou, em 2015, que a ideia era mesmo chocar.
"O objetivo é impactar, provocar reflexão e conscientizar. Aqui valorizamos a irracionalidade, a inocência e a incapacidade de julgar. Animal é irracional, age por instinto, portanto não faz julgamentos", explicou Felipe Morozini, responsável pela concepção da campanha, no site da marca.
Ele ainda disse que a ideia surgiu, porque ele não entendia o uso de nome de certos animais para xingar alguém. “Sempre tive duas questões importantes na vida: primeiro, não julgar (sempre pedi para meus amigos não julgarem nada nem ninguém), porque nunca entendi a função do julgamento. E outra questão é o uso do nome de certos animais para xingar alguém. Já fui muito chamado de veado, minhas amigas sempre eram as galinhas…”, contou ele.
Na época, especialistas em publicidade mostraram que a Reserva bebeu na fonte de campanhas consagradas, como a da Benetton. A empresa estrangeira abordou, nos anos 1980, a questão do racismo, mostrando as mãos de uma pessoa branca e uma pessoa preta presas em uma algema.
Apesar de ter causado controvérsia em seu lançamento, agora, os internautas se uniram para dizer que a campanha, na verdade, reforça estereótipos. “Cinco páginas e a marca conseguiu ofender metade da população”, criticou um perfil. “O fato disso ser uma campanha de uma marca gigante, elaborada por uma agência e que passou pela aprovação de várias pessoas nos ajuda a entender melhor nossa situação no que diz respeito à naturalização do preconceito. Os caras conseguem ser escrotos até quando querem ser legais”, apontou outro.