O Observatório do Racismo e Xenofobia de Portugal anunciou nesta segunda-feira (24/4) que vai criar um prêmio que carregará o nome de Marielle Franco, para premiar pesquisadoras que tratem dos temas de racismo e xenofobia. A notícia foi dada à irmã de Marielle e atual ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A ministra integra a comitiva oficial do Governo brasileiro na visita de Estado de quatro dias a Portugal do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terminará na terça-feira. Durante o seu encontro com o observatório, Anielle disse estar se sentindo “honrada com o prêmio”, que levará o nome de sua irmã.
Marielle Franco era vereadora pelo PSOL e tornou-se conhecida por sua luta incansável em defesa das minorias, especialmente as mulheres, negros, LGBTQIA+ e moradores de favelas. Seu mandato durou apenas 14 meses, quando foi brutalmente assassinada junto a seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018.
Seu curto mandato foi suficiente para um grande legado: além do recém-criado prêmio português, Marielle já foi homenageada das mais diversas formas.
Durante o carnaval de 2019, a Estação Primeira de Mangueira citou-a em seu samba-enredo sobre heróis da resistência, além disso, seu rosto foi o destaque de uma das alas da Vai-Vai, de São Paulo. Em 2022, uma estátua de bronze da vereadora foi erguida no Buraco do Lume, no centro do Rio, onde costumava se reunir com outros ativistas.
O seu legado não foi apreciado somente no Brasil: Marielle virou o nome do terraço da Biblioteca Municipal delle Oblate, em Florença (Itália), de um jardim suspenso, em Paris (França), de uma rua em Lisboa (Portugal) e de uma bolsa de estudo na Universidade John Hopkins, em Washington DC, nos Estados Unidos.