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Estado de Minas DURANTE SESSÃO EM PLENÁRIO

Mulher é presa acusada de racismo contra vereador na Câmara de BH

Confusão foi registrada durante votação de projeto que proíbe o uso da linguagem neutra nas escolas da capital


24/04/2023 19:18 - atualizado 24/04/2023 20:48

O vereador Marcos Crispim aparece em foto frontal, de rosto, até a altura dos ombros. Ele fala ao microfone. Ao fundo, uma parede de cor azul.
Vereador Marcos Crispim (PP) teria sido alvo de uma atitude de conotação racista praticado por uma mulher de 62 anos (foto: Vereador Marcos Crispim/Facebook/Reprodução)
Uma mulher de 62 anos foi expulsa da Câmara Municipal de Belo Horizonte nesta segunda-feira (24/4) após ter sido acusada de racismo contra o vereador Marcos Crispim (PP). Ela terminou detida pela Guarda Civil — acionada pela equipe de segurança do Legislativo — e encaminhada à delegacia. A confusão aconteceu durante a votação do Projeto de Lei 54/2021, de autoria do ex-vereador Nikolas Ferreira (PL), que proíbe o uso da linguagem não-binária, ou “linguagem neutra”, nas escolas da capital. 
 
“Enquanto ocorria a votação do projeto, cidadãos presentes na galeria do plenário se expressaram a favor e contra a proposta. Durante a fala do vereador Marcos Crispim (PP), que defendeu a proibição da linguagem neutra, uma mulher teria tido uma atitude de conotação racista contra o parlamentar”, explicou a assessoria da Câmara Municipal. 
 
A votação foi brevemente interrompida pelo presidente da Câmara, Gabriel Azevedo, que repudiou os supostos ataques ao vereador. “Senhora, por favor, pare de fazer esse gesto. A senhora não pode fazer um gesto deste para um vereador preto desta Casa”, declarou Azevedo, pedindo, na sequência, que os seguranças retirassem a mulher do local. Segundo ele, Marcos Crispim foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência. 


 
Ao defender a aprovação do PL, a vereadora Flávia Borja (PP) aproveitou seu tempo de fala para reforçar o posicionamento do presidente da Câmara. “Não aceitamos o que foi feito com o nosso querido vereador Marcos Crispim. Vamos ver agora se a indignação é seletiva” pontou. “É contra atitudes como essa que estamos nos levantando aqui nesta manhã”, complementou a parlamentar em referência ao PL até então em votação, que terminou aprovado com 31 votos contra seis. 

 
Por outro lado, a vereadora Cida Falabella (Psol) pediu cautela. “Acusação de racismo é muito grave, e nós não vamos ser seletivos”, disse em resposta à fala de Flávia Borja. “No entanto, queremos ver as imagens da câmera. Temos que ser justos. Vamos esperar o processo e não linchar uma pessoa. Isso é inaceitável. Vocês sabem que nós não compactuamos com racismo”, finalizou. 
 
Enquanto alguns presentes gritavam “respeito sim, ideologia não”, o vereador Bruno Pedralva (PT) iniciou dizendo que a mulher em questão é mãe de uma pessoa trans. “Ela dialogava com o vereador Marcos Crispim dizendo que, na opinião dela, as pessoas negras, indígenas e trans não servem só para votar. No entanto, qualquer pessoa que se julga vítima de preconceito tem o direito de solicitar investigação”, afirmou. 
 

Injúria racial na Câmara em março

 
Em 24 de março, duas integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que estavam no plenário da Câmara Municipal de BH, denunciaram um homem por injúria racial
 
O episódio aconteceu durante as manifestações contrárias e a favor ao PL 508/2023 — que altera o plano diretor da capital — provocou um pedido de suspensão da votação, que foi negado.
 
Um homem, que estava presente na reunião, gritou: “Cala a boca, neguinha. Feia pra caralho”. A fala criminosa foi direcionada a Liliana Ramos, moradora da ocupação Carolina Maria de Jesus e integrante do MLB. 

Racismo ou injúria racial? Entenda a diferença


De acordo com o Código Penal brasileiro, injúria racial significa ofender alguém em decorrência de sua raça, cor, etnia, religião, origem e por ser pessoa idosa ou com deficiência (PcD).

Já o racismo está previsto na lei 7.716 de 1989 e implica em conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade.

Em 28 de outubro de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria e equiparou os dois crimes. Com isso, a injúria racial também se tornou imprescritível – ou seja, não há prazo para o Estado punir os acusados. Tanto o racismo quanto a injúria são crimes inafiançáveis.



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