Alzira Rufino, fundadora e diretora da Casa de Cultura da Mulher Negra, morreu aos 73 anos na noite de quarta-feira (26/4) em Santos, São Paulo. A intelectual estava internada no Hospital Ana Costa e a causa da morte ainda não foi divulgada.
Nascida em Santos em julho de 1949, Alzira veio de uma família pobre do bairro do Macuco e por sua condição, trabalhou desde a infância, vendendo sacos vazios de cimento, peixe e palhas de tábua, com seu irmão e sua mãe, que era catadora de café. Aos 19, iniciou estudos na área da saúde, e anos mais tarde, graduou-se em enfermagem.
Seu envolvimento com movimentos políticos e sociais iniciou-se no fim dos anos 70, e a partir da década de 80, começou a frequentar eventos do movimento de mulheres negras.
Alzira se auto intitulava uma “batalhadora incansável pelos direitos da mulher, sobretudo da mulher negra”, e suas diversas iniciativas comprovam a declaração.
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Por seu poderoso legado, Alzira recebeu inúmeros prêmios e homenagens em sua vida: em 1991, levou o prêmio Mulher do Ano, do Conselho Nacional da Mulher Brasileira; em 1992, foi a primeira mulher negra a portar o título de Cidadã Emérita, da Câmara Municipal de Santos; no ano de 2009, recebeu o IV Prêmio África Brasil, do Centro Cultural Africano; Há oito anos, em 2014, ganhou a Medalha Ruth Cardoso, da Assembleia Legislativa de São Paulo; e, em 2016, foi a vencedora do Prêmio Dandara, do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CMPDCN) e Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (Copire) da Prefeitura de Santos.
Alzira também deixou sua marca registrada na literatura, onde obteve grande destaque, principalmente por seu livro de poemas ‘Eu, mulher negra, resisto’, de 1988. Ao todo, ela escreveu 19 obras.
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