A audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta quarta-feira (3/5) foi marcada pela demanda de políticas públicas e punição para gordofobia. Mulheres gordas que participam de movimentos de luta estavam presentes e relataram acontecimentos de desrespeito e humilhação, além de indicarem possíveis caminhos para o enfrentamento da desigualdade.
Segundo dados da Pesquisa Mapeamento da Gordofobia no Brasil, 97,8% dos entrevistados alegaram já terem sido vítimas de gordofobia. A pesquisa também revelou que 29,2% afirmam ter dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.
A gordofobia não se trata apenas de comentários maldosos disfarçados de preocupação com a saúde, mas algo que afeta diversas esferas da vida de uma pessoa gorda.
Gordofobia no ambiente médico
Além de macas e roupas cirúrgicas inapropriadas, segundo a pesquisa realizada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), que ouviu 3.621 participantes, 85,3% relataram ter sofrido algum tipo de constrangimento devido ao peso. 60,4% afirmaram terem dos casos de gordofobia acontecem em consulta médica.
Segundo os relatos das participantes da audiência, a cirurgia bariátrica vem sido recomendada indevidamente nos sistemas de saúde: “Eu quero é nutricionista, reeducação alimentar, psicólogo, tratamento digno”, disse Gláucia Leilane Rocha da Silva, idealizadora do Projeto Plus Size da Quebrada, que tem em vista empoderar pessoas gordas e oferecer apoio psicológico.
Projetos tramitam na ALMG
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A proposta foi anexada ao PL 4.063/22, de autoria da deputada Ione Pinheiro (União), que se refere a assentos especiais no transporte coletivo. Durante a audiência, Andréia de Jesus anunciou o entendimento entre as parlamentares, que apresentarão um novo texto conjunto.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.